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O Carrefour Brasil (CRFB3) é, nesta segunda-feira (13), a primeira companhia do varejo de alimentos listada na bolsa a tornar seus resultados do quarto trimestre de 2022 públicos. Depois, o Assaí (ASAI3) divulga seu resultado dia 15 de fevereiro, o GPA (PCAR3), no dia 27, e Grupo Mateus (GMAT3) no dia oito de março.
De forma geral, investidores e especialistas não esperam grandes surpresas para essas companhias, principalmente na comparação com os trimestres imediatamente anteriores.
“Além de descobrir que a alta inflação de alimentos está durando mais do que o esperado, pouca coisa mudou para o varejo de alimentos. Assim, os players do atacarejo continuam superando o mercado, enquanto o segmento multivarejo luta para encontrar um equilíbrio saudável entre valor e volume para diminuir a diferença”, comentam os analistas do Credit Suisse, chefiados por Marcella Recchia, em relatório.
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Como no restante de 2022, as lojas de atacarejo – caso de Assaí e Atacadão, do grupo Carrefour – devem se sair melhores do que o restante das empresas.
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Com a inflação mais alta e a renda comprometida, as pessoas estão buscando mais esses negócios, que costumam oferecer preços melhores.
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“Os varejistas de alimentos provavelmente sustentarão números sólidos de receita, mas prevemos resultados neutros, no geral, dada nossa expectativa de que os players exerçam alguma pressão de lucratividade”, diz a equipe do Itaú BBA, chefiado por Thiago Macruz.
A dinâmica um pouco mais aguardada por analistas é a referente às margens de lucratividade, uma vez que a inflação alta pressiona os custos das companhias que, contudo, nem sempre podem repassar as altas para os clientes, de olho na competitividade.
“Frente a um cenário de recessão, a concorrência de preços é um fator crucial no negócio de mercearia. Assim como aconteceu no terceiro trimestre, marcas próprias e modelo de negócio atacarejo acabaram se tornando “cases” vencedores. Para este trimestre, esperamos uma continuidade desse movimento”, definem os analistas da Genial Investimentos.
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Confira os consensos da Refinitiv para as varejistas de alimentos
Empresa | Ticker | Receita líquida | Ebitda | Lucro líquido |
Carrefour | CRFB3 | R$ 30,3 bilhões | R$ 1,9 bilhão |
R$ 535,6 milhões
|
Assaí | ASAI3 | R$ 15,9 bilhões | R$ 1,15 bilhão |
R$ 318,2 milhões
|
GPA | PCAR3 | R$ 12,3 bilhões | R$ 1,08 bilhão |
R$ 137,7 milhões
|
Grupo Mateus | GMAT3 | R$ 6,01 bilhões | R$ 359,6 milhões | R$ 203 milhões |
Grupo Mateus é favorito ante Carrefour, GPA e Assaí
Além do cenário macroeconômico, especialistas estão observando de perto, no quarto trimestre, as tendências de cada companhia.
O Grupo Mateus, que atua em uma região com menor competitividade entre grandes empresas e mais beneficiada pelo Auxílio Brasil, para o Itaú BBA, deve ser destaque do intervalo – trazendo, principalmente, melhorias na geração de caixa.
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“Antecipamos vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) crescendo 12% e crescimento anual de 33% na receita. Em termos de rentabilidade, contudo, prevemos uma contração de margens, principalmente em função da atividade promocional e descontos reduzidos para fornecedores”, diz o BBA. “Esperamos, porém, também diluição das despesas com vendas, gerais e administrativas, de olho na maturação de lojas”.
O Credit vai na mesma linha, falando em uma receita com avanço de 34,5% na base anual, mas margens recuando, principalmente, por conta da Black Friday, descontos na negociação com fornecedores e pelo mix do braço atacadista.
O Assaí, também focado no atacarejo, deve trazer destaques, superando o mercado apesar das dificuldades.
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“O poder de compra dos consumidores permaneceu pressionado, traduzindo-se em um ambiente de consumo mais fraco do que o esperado no trimestre. Ainda assim, entendemos que o Assaí continuou a superar o mercado, registrando ganhos de market share, lembrando que a rede realizou 26 conversões e abriu quatro novas lojas no quarto trimestre, encerrando o ano com 60 unidades”, comenta o Credit Suisse.
O BBA espera que o Assaí traga margens comprimidas, por conta da maior competitividade, e maiores gastos por conta das conversões.
O Carrefour é apontado pelos analistas do banco brasileiro como destaque negativo do quarto trimestre, com a integração do BIG se mostrando mais difícil do que o pensado inicialmente – e também com a deterioração dos indicadores de operação do Banco Carrefour, em meio aos juros muito altos, renda comprometida e aumento da inadimplência.
“A notícia positiva é que provavelmente veremos a inadimplência iniciais estáveis no trimestre. Em base consolidada (excluindo BIG) projetamos margem Ebitda de 8,1% (caindo 40 pontos-base no ano) e| lucro líquido impactado negativamente por maiores despesas financeiras. Esperamos que BIG sustente o momento fraco, alinhado com as tendências do terceiro trimestre”, comentam.
Já o GPA, para o Credit Suisse, deve trazer alguns resultados positivos no que tange sua mudança de negócios, com as lojas de proximidade, como Minuto Pão de Açúcar e Mercado Extra, continuando a trazer bons resultados.
“Esperamos que as vendas líquidas cresçam 10,9% na base anual no proforma [desconsiderando as lojas vendidas]. Promoções e custos mais altos relacionados a serviços na loja, logística e embalagem devem resultar em contração da margem bruta de 330 pontos-base no ano”, explicam os especialistas do banco.
A Genial Investimentos, considerando a mudança de curso do GPA, espera ver um recuo de 2,6% nas vendas líquidas. A venda das unidades da bandeira Extra para o Assaí, contudo, deve acrescentar 20% do valor de R$ 5,2 bilhões negociados no balanço do quarto trimestre, com o lucro líquido saltando por isso.