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O Carnaval de 2024 já entrou para a história como um dos mais quentes e secos no Brasil, com temperaturas batendo recorde de 10 anos e volume de chuva 91% abaixo da média.
Os termômetros em alta e as chuvas em baixa podem ter beneficiado uma empresa da Bolsa, aponta o JPMorgan: trata-se da Ambev (ABEV3). A cervejaria deve apresentar melhores volumes no primeiro trimestre de 2024, impulsionados pelo clima durante o período festivo.
Com ambiente de preços estável em uma época que é tradicionalmente promocional, o banco estrangeiro considera que os volumes gerais da Ambev devam apresentar crescimento de 1% na comparação anual no primeiro trimestre de 2024. O dado se escora também no crescimento de 10% nas vendas todas as capitais (menos Fortaleza), de acordo com a Associação de Bares e Restaurantes.
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Entre os pontos destacados pelo JPMorgan, está a redução de volatilidade nos preços da gigante de bebidas, em comparação com o observado no ano passado. E, mesmo com queda de 0,8% dos valores em média na base de comparação com janeiro deste ano, continuaram como positivos na base anual, com crescimento 3,8% frente o mesmo mês do ano passado.
A maior ameaça à hegemonia da Ambev foi a estratégia da cervejaria Petrópolis, que pelo segundo ano consecutivo adotou política de preços mais agressiva. Porém, o impacto não foi considerado significativo para a líder do setor nem para a Heineken.
Das três principais cervejarias, a Ambev demonstrou estratégia menos volátil, com redução discreta de preços médios. A Petrópolis apostou em preços mais reduzidos, com queda de 3,3% em relação a fevereiro de 2023. A Heineken, por sua vez, praticou descontos mais concentrados nas semanas que antecederam o feriado e aumentou preços em 0,6% durante os últimos dias de Carnaval.
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O principal impulsionador das festas foi o canal digital, com presença de usuários médios diários avançando dois dígitos (em relação ao ano anterior) em plataformas como Zé Delivery e BEES. Em relação aos segmentos oferecidos, o JPMorgan destaca que o segmento Valor, composto por marcas de entrada com preços mais baixos (como a Polar, da Ambev), teve melhor desempenho, com preços maiores, enquanto o segmento mainstream (onde a Ambev já se estabeleceu com as marcas Brahma e Skol) apresentou maior contração.
O JPMorgan tem recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para as ações da Ambev, com preço-alvo de R$ 15,50 (upside de 21%).