Cardano, BNB e outras criptos seguem em queda com crise da Binance no radar

As altcoins (criptomoedas além do Bitcoin) seguem enfraquecidas nesta sexta-feira (9), ainda refletindo o pessimismo dos investidores após a Securities and Exchange Comission (SEC), a comissão de valores mobiliários dos EUA, afirmar que várias criptos são títulos não registrados. O apontamento foi feito no âmbito das ações ingressas nesta semana contra as corretoras Binance e Coinbase.

O pior resultado do dia é o da Cardano (ADA), uma das mais valiosas entre as 12 listadas pela SEC, com queda de 2,8% às 9h, em relação às últimas 24 horas. Em sete dias, o recuo alcança a casa dos 15%, igualando as perdas no período contraídas pela BNB, da Binance, que cede 1,7% hoje, segundo dados do agregador Coingecko.

O mercado como um todo, por outro lado, se mantém em estabilidade desde a manhã de ontem, na esteira de uma maior resiliência demonstrada pelo Bitcoin (BTC), que recuperou parte da queda se segunda-feira (5), quando a ação do regulador americano contra a Binance veio à tona. A moeda digital é negociada nesta manhã em leve alta de 0,7%, A US$ 26.628.

Já o Ethereum (ETH) opera em estabilidade, a US$ 1.844. Fernando Pereira, analista da corretora Bitget, vê com otimismo a quantidade decrescente de ETH disponível para venda nas corretoras: segundo ele, nunca houve tão pouco da criptomoeda nos mercados.

“Nos últimos 3 dias mais de 500 mil ETH foram sacados de corretoras. Olhando para a fila de validadores, vemos ela crescer cada vez mais, o que mostra que boa parte desses tokens foram enviados para staking, o que mostra que não há interesse de venda por parte desses detentores”.

Staking é um mecanismo nativo do Ethereum (e outras blockchains) que remunera o investidor que “trava” tokens na rede para ajudar na validação de dados.

Caso Binance no radar

Investidores continuam a digerir as consequências da nova ação da SEC contra a Binance. Ao contrário da Coinbase, a bolsa chefiada pelo sino-canadense Changpeng Zhao, conhecido como “CZ”, enfrenta acusações que vão além da suposta comercialização irregular de valores mobiliários.

Segundo o processo, a exchange teria utilizado uma rede de empresas controladas por Zhao para movimentar dinheiro de clientes sem adotar procedimentos de custódia exigidos pelo regulador. Para Gary Gensler, presidente da SEC, “era como se a bolsa de Nova York tivesse um hedge fund que operasse na bolsa contra os próprios clientes”.

Desde que o caso veio à tona, a Binance vem sofrendo uma onda de saques a terceira em grande escala desde que a falência da FTX colocou as corretoras cripto em xeque. A segunda foi em março, quando a CFTC (que regula o mercado de derivativos) processou a empresa.

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Especialistas enxergam que a Binance vem resistindo bem mais uma vez, após processar saques na ordem de US$ 780 milhões em 24 horas e de até US$ 3 bilhões nos três dias seguintes ao estouro da crise.

“É preciso lembrar que a FTX quebrou em 48 horas, e em 72 horas do evento da SEC, em torno de US$ 3 bilhões [de saques], que seria um volume substancial, ela tem demonstrado uma certa resiliência”, observou João Zecchin, cofundador da Fuse Capital, em participação no Cripto+ na última quarta-feira (7) —confira a íntegra no vídeo acima.

Por outro lado, o braço norte-americano da Binance, a Binance US, vem sofrendo mais. A empresa anunciou que parceiros bancários irão interromper serviços a partir da próxima terça-feira (13), portanto impedindo depósitos e saques em dólares.

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