Camil (CAML3): aquisição da Mabel marca entrada em novo segmento com marca forte e produtos de alto valor; ação fecha em alta

Após aquisição, a Camil tem cerca de 7% de market share no mercado de massas e 7% do mercado de biscoitos e bolachas no Brasil

Felipe Moreira

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A Camil (CAML3) anunciou nesta manhã de terça-feira (23) a aquisição da Mabel, entre outras marcas, e o licenciamento da marca Toddy para biscoitos por 10 anos, marcando a entrada da empresa no mercado de bolachas e biscoitos. O movimento foi visto como positivo por analistas do Bradesco BBI e da XP Investimentos.

“A avaliação e os dados financeiros não foram divulgados, informações que o mercado pode esperar para avaliar melhor o impacto nas ações da processadora de arroz Camil – a única referência é que a PepsiCo comprou a Mabel por R$ 800 milhões em 2011”, comentou o BBI em relatório. De acordo com informações do Pipeline, do Valor, a empresa pagou menos de R$ 200 milhões pela Mabel.

Esta é a segunda aquisição da Camil no segmento de massas e biscoitos que a M.Dias Branco (MDIA3) opera -a Camil adquiriu a empresa de massas Santa Amália em agosto do ano passada – e a Mabel é uma marca relativamente forte, o que aumenta a diversificação da Camil.

Após esta aquisição, a Camil tem cerca de 7% de market share no mercado de massas e também 7% no mercado de biscoitos e bolachas no Brasil (5% de participação da Mabel + 2% da Toddy).

Portanto, BBI destacou esperar uma reação positiva para a Camil e acredita que o mercado poderia ter uma leitura negativa para a M. Dias hoje. Os ativos CAML3 fecharam longe das máximas, mas ainda com ganhos de 2,68%, a R$ 10,35; já MDIA3 fechou com alta, mas bem menos expressiva, de 0,26%, a R$ 41,71.

A XP Investimentos também destacou esperar por mais informações, mas destacou que (i) a Camil está agregando ao seu portfólio uma marca forte com produtos de alto valor agregado; (ii) embora ainda não divulgado, o segmento de bolachas e biscoitos tem margem atrativa e deve ser positivo para a Camil; (iii) o segmento tem sinergias relevantes com outras categorias, tanto na perspectiva de cross-selling quanto de ganho de escala; (iv) a aquisição representa uma oportunidade interessante de expansão geográfica para regiões complementares; e (v) a empresa possui um forte histórico de fusões e aquisições positivas e está passando por um processo de diversificação com 5 aquisições no último ano.

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O Itaú BBA acredita que a compra é uma boa oportunidade para entrar na indústria de biscoitos sem comprometer o balanço patrimonial. Essa aquisição está alinhada à estratégia amplamente divulgada da empresa de aumentar sua presença em segmentos de maior valor agregado e alta frequência de vendas.

“De acordo com Camil, apenas 50% da capacidade total está em uso atualmente e não deve exigir capex adicional para aumentar a produção. Se assumirmos que o preço da aquisição foi de R$ 200 milhões e nenhum EBITDA adicional, a transação teria um impacto limitado na dívida líquida da empresa (atualmente em R$ 2,1 bilhões), deixando uma alavancagem pró-forma de 2,6 vezes (atualmente em 2,4 vezes)”, avalia o BBA.

O Bradesco BBI mantém recomendação neutra para Camil, com preço-alvo de R$ 11, o que representa um potencial de alta de 9,1% frente ao preço de fechamento de segunda-feira (22) de R$ 10,08.

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Já o BBA tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 13.  “A aquisição não é transformacional do ponto de vista do balanço, mas demonstra a estratégia de crescimento da empresa, que está em linha com nossas estimativas. Acreditamos que os movimentos de M&A  [fusões e aquisições] da Camil têm sido significativos, e a gestão nos deixou com a impressão de que ainda há mais por vir”, avalia.

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