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SÃO PAULO – O dólar chegou à sua terceira queda seguida nesta terça-feira (12), se descolando do dia de maior cautela da bolsa. E apesar de se manter um clima de maior otimismo sobre a reforma da Previdência, é um outro fator que puxou a moeda norte-americana para seu menor valor desde o dia 1º de março.
Nesta sessão, dólar comercial fechou em queda de 0,659%, cotado a R$ 3,8165 na venda, enquanto o dólar futuro com vencimento em abril recuava 0,70%, a R$ 3,816. Na mínima do dia, a moeda chegou a ser cotada em R$ 3,8023.
Após abrir sem movimento certo, a moeda e fixou no campo negativo com a divulgação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de fevereiro nos Estados Unidos. Por um lado, o dado cheio ficou em linha com o esperado, mas foi o núcleo do indicador (considerado mais importante), que ficou abaixo da projeção, que diminui as chances do Federal Reserve elevar os juros este ano no país.
O CPI ficou em 0,2%, enquanto o seu núcleo, que exclui alimentos e energia, avançou 0,1% na comparação mensal de fevereiro, ante projeção de 0,2%. Na comparação anual, o CPI subiu 1,5% no mês passado e seu núcleo avançou 2,1%. As expectativas eram de ganhos de 1,6% e 2,2%, respectivamente.
A reação diante do dado de inflação foi generalizada, com o dólar perdendo força globalmente, enquanto os yields dos Treasuries norte-americanos também caíram. Segundo o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, o resultado abaixo do esperado do CPI reduz ainda mais o espaço para o Federal Reserve subir os juros nos próximos meses.
Segundo ele, a região dos R$ 3,90 já indicava um cenário de venda de dólares, ou seja, a alta recente já colocava a moeda próxima de um teto, principalmente se os juros parassem de subir e a bolsa voltasse a subir, o que aconteceu.
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Aliado a este pano de fundo externo muito positivo, Faria aponta que o mercado voltou a se animar com a Previdência. É esperada para esta quarta-feira (13) a instalação da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), a primeira que irá avaliar o texto da reforma, dando início realmente ao andamento do texto no Congresso.
Faria afirma que a perda da região de R$ 3,80 pode fazer o dólar voltar a se aproximar da casa dos R$ 3,70. “Lembrando que o ponto mais importante ainda é o de R$ 3,65, logo, no longo prazo, o dólar/real segue em uma tendência de alta”, explica.
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