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SÃO PAULO – Apesar de uma sessão entre perdas e ganhos nesta segunda-feira (6), o dólar se mantém próximo do patamar de R$ 3,10, sem conseguir romper este nível, o que pode mudar em breve. No início de dezembro, a moeda era negociada na casa de R$ 3,47, mas perdeu força desde então com um cenário bastante positivo para o país. Às 16h40 (horário de Brasília), o dólar comercial tinha ganhos de 0,04%, cotado a R$ 3,1241 na compra e R$ 3,1246 na venda.
Um dos pontos mais importantes é a atuação do Banco Central, que até o momento não se manifestou sobre os US$ 7 bilhões de swaps que vencem no início de março. Na semana passada, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a decisão de rolar ou não os swaps de março dependerá das “condições de mercado”.
Operadores consideram ainda que, caso dólar volte a despencar, o BC poderá recorrer a leilões de swaps reversos ou até mesmo cortes mais agressivos da Selic. José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, lembrou na última semana que, para o BC retirar todo o volume, estes leilões deveriam ser superiores a US$ 500 milhões por dia. “Parece muita coisa. Então, o mais provável é a retirada parcial de swaps este mês”, afirmou.
Nesta segunda, ele voltou a reforçar que é preciso ficar de olho na autoridade monetária. “Dólar ainda resiste no R$3,10, mas há notícias de mais fluxos no mês, com captações e IPOs. Além disto, volta no Congresso a discussão da Repatriação II”, ressaltou Faria em seu relatório diário nesta segunda-feira.
Sobre os fluxos, novidades envolvendo IPOs podem movimentar até R$ 7 bilhões, segundo noticiou o jornal O Estado de S. Paulo neste fim de semana, o que ajudaria a pressionar o dólar para baixo. De acordo com a publicação, em um espaço de quatro dias, três ofertas públicas de ações serão precificadas e haverá uma oferta subsequente de ações (conhecida como “follow on”).
Hoje, a locadora de automóveis Movida define o preço de suas ações – o que poderá marcar a primeira estreia na Bolsa brasileira em 2017. Na quinta-feira, será a vez de outra locadora de carros, a Unidas; do laboratório de diagnóstico Hermes Pardini; e da concessionária de rodovias CCR – esta última será uma oferta subsequente. É preciso ficar de olho na atuação do BC, mas mantendo o cenário atual, com o aumento deste fluxo, Faria destaca que “a chance maior é o dólar cair para R$ 3,10 em breve”.
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Enquanto isso, a Bloomberg afirmou que a Vale está aproveitando a queda nos custos de empréstimos para reabrir o US$ 1 bilhão em emissão de bônus, já que os aumentos dos preços do minério de ferro estimulam os ganhos da mineradora brasileira. A mineradora está tentando vender novos títulos depois que os rendimentos caíram mais de 1 ponto percentual desde que as notas foram emitidas pela primeira vez em agosto. O que deve se tornar mais uma pressão para queda do dólar.