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SÃO PAULO – O empresário húngaro-americano George Soros, conhecido por ter chegado a ganhar cerca de US$ 1 bilhão apostando contra o banco da Inglaterra, voltou a ter grandes ganhos com as suas atividades especulativas no mercado de câmbio. Desta vez, Soros fez quase US$ 1 bilhão desde novembro de 2012 apostando na queda do iene, de acordo com fontes próximas ao bilionário entrevistadas pela Bloomberg.
A moeda japonesa levou a companhia de Soros a registrar um retorno positivo de 10% em 2012 e de 5% só neste ano. O iene apresenta desvalorização de 17% em relação ao dólar desde o início do quarto trimestre, a pior performance em período similar desde 1985.
Esta queda na cotação da moeda japonesa frente à norte-americana ocorre em meio à pressão do primeiro-ministro Shinzo Abe para introdução de medidas de estímulo econômico no país asiático. Com a saída do atual presidente do Bank of Japan, Masaaki Shirakawa, Abe poderá escolher líderes que estejam de acordo com a implantação das novas políticas.
Além de Soros, seus discípulos também estão apostando na queda da moeda japonesa, como é o caso de Scott Bessent, executivo-chefe do Soros Fund Management LLC. Bessent trabalhou para o bilionário em 1992, quando Soros e o estrategista-chefe Stan Druckenmiller fez uma aposta de US$ 10 bilhões, ao avaliar que o Banco da Inglaterra seria obrigado a desvalorizar a moeda loca. Nesta aposta, o ganho líquido foi de US$ 1 bilhão.
Bessent deixou a firma em 2000, retornando como CIO (Chief Information Officer) em 2011. O fundo gerenciado por ele tem captações de US$ 3,3 bilhões, com uma exposição bastante forte na moeda japonesa.
Iene está em foco na reunião do G20
O iene está em foco na reunião do G20, que acontece entre esta sexta-feira e o sábado, em meio à forte desvalorização da moeda japonesa, suscitando novas discussões acerca de uma “guerra cambial”.
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De acordo com a autoridade do Banco do Japão, Takehiro Sato, a queda do iene já sustentou as ações japonesas e pode ajudar a impulsionar os preços guiados em meio ao crescimento econômico. Segundo ele, a autoridade monetária continuará a buscar formas de influenciar indiretamente as taxas de câmbio através da política monetária.
Já o presidente do Banco do Japão, Masaaki Shirakawa, defendeu a política monetária agressiva do banco central dizendo que ela destina-se a revitalizar a economia e não a enfraquecer o iene.