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(Bloomberg) – A Califórnia caminha para superar o Brasil como sétima maior economia do mundo, puxada pelo aumento do emprego, do valor dos imóveis e da renda pessoal e das empresas, um ano depois de o estado mais populoso dos EUA ultrapassar a Rússia e a Itália.
O produto interno bruto da Califórnia, que era de US$ 2,20 trilhões em 2013, se expandiu no ano passado segundo quase todas as métricas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Já o PIB do Brasil caiu 1 por cento em relação ao total de US$ 2,25 trilhões nos três primeiros trimestres de 2014 devido à queda nas exportações de matérias-primas.
O governador Jerry Brown, 76, empossado neste mês para um inédito quarto mandato, está comandando a reviravolta direcionando-a para longe dos déficits persistentes e da turbulência fiscal que levaram o candidato presidencial republicano Mitt Romney, em 2012, a comparar a Califórnia à Grécia, país que tem cerca de um décimo de seu PIB. Da Apple Inc. à Walt Disney Co., as empresas com sede na Califórnia entregaram aos investidores um retorno total de 119 por cento desde janeiro de 2011, quando Brown retornou ao escritório de governador, contra 96 por cento do Standard Poor’s 500.
“Isso se deve à diversidade do ambiente de negócios da Califórnia, dos filmes à agricultura, passando pela internet – ao incrível conjunto de negócios que compõe o estado -”, disse Brown, ontem em entrevista em seu escritório, em Oakland, onde ele foi prefeito de 1999 a 2007. “Certamente ter nossas finanças estaduais em ordem também é útil: novos investimentos em nossas escolas; universidades sólidas; investimentos em água e energia. Tudo isso dá segurança e mantém a Califórnia na vanguarda dos investimentos, das mudanças, da adaptação cultural e da liderança”.
Impulso sustentado
A economia sob a gestão de Brown sustentou seu impulso desde 2013, quando o valor dos bens e serviços produzidos no estado superou os da Rússia e da Itália e colocou a Califórnia no oitavo lugar do mundo. A Califórnia cresceu em média 4,1 por cento ao ano durante os três primeiros anos do mandato mais recente de Brown.
Os economistas do Brasil, que tem uma população cinco vezes maior do que a de 38,3 milhões da Califórnia, reduziram a estimativa de crescimento do país e elevaram a projeção de inflação para este ano no dia 12 de janeiro, enquanto o Banco Central está subindo as taxas no segundo maior mercado emergente do mundo. A economia brasileira cresceu 0,1 por cento no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, após uma contração de 0,6 por cento no segundo trimestre.
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“Os países ricos em recursos geralmente ficam sujeitos a altos e baixos”, disse Brown. “Nós não somos dependentes de um setor ou de um recurso natural em particular”.
Energia renovável
Em seu discurso de posse, no dia 5 de janeiro, Brown disse que a economia da Califórnia poderá se expandir ao mesmo tempo em que o estado se torna mais agressivo em relação à exigência de uso de fontes de energia renovável e à redução do uso da gasolina.
“Temos que provar ao mundo que é possível avançar com políticas de mudanças climáticas graduais e com visão de futuro e, simultaneamente, expandir a economia”, disse o democrata Kevin De Leon, presidente pró tempore do Senado Estadual da Califórnia, ontem em entrevista em Sacramento. “Essas coisas são mutuamente compatíveis e inclusive opostas à exclusividade”.
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A Califórnia é líder entre os estados americanos em incremento de receitas nos setores de agricultura, tecnologia e manufatura, segundo dados da Bloomberg. O estado é o que mais abriga empresas do S&P 500. O crescimento dos empregos na Califórnia superou o do país nos nove primeiros meses do ano passado. O número de trabalhadores fora do setor de agricultura no estado, de 15,7 milhões, é um recorde histórico.
Taxa de pobreza
Os desafios continuam. Enquanto o emprego se recuperou em junho passado e chegou aos níveis de antes do período de 18 meses de recessão, que terminou em 2009, a taxa de desemprego do estado, de 7,2 por cento até novembro, empatou com a do Mississippi no segundo lugar entre os estados americanos.
Quase um quarto dos californianos vive na pobreza, a taxa mais alta do país, segundo o Departamento de Censo dos EUA. Os gastos com benefícios sociais continuam mais baixos que antes do início da recessão.
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A estimativa é de que a renda anual per capita da Califórnia aumentou US$ 1.700, para US$ 50.338 em 2014, segundo dados do estado. Os preços de moradia na Califórnia deram um salto médio de 12 por cento no ano passado até 30 de setembro.