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Caixa Seguridade, BB Seguridade ou Porto? Uma das ações ganha espaço como preferida

PSSA3 tem aparecido com recomendação de compra por várias casas, enquanto as outras duas possuem visões mais distintas do mercado

Felipe Moreira

Ilustração sobre seguros
Ilustração sobre seguros

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Os últimos dados da Susep e a proximidade da temporada de resultados do terceiro trimestre trouxeram à tona novamente as preferências dos analistas de mercado para as companhias do setor de seguros, com diferentes preferências de ações. Contudo, uma delas ganha espaço entre as preferidas do setor, recebendo recomendações de compra: a Porto (PSSA3), que virou top pick (preferida) nesta semana do Santander, com elevação de recomendação.

Olhando para o setor em geral, o Goldman Sachs continua a ver um ambiente favorável para as seguradoras no Brasil, tendo em vista que os resultados operacionais devem se beneficiar do forte consumo das famílias no curto prazo, enquanto a alta das taxas de juros suporta resultados financeiros mais robustos.

O Goldman mantém preferência por Porto (PSSA3) – que teve recomendação elevada em setembro pelo banco – e BB Seguridade (BBSE3), ambos com recomendação de compra, enquanto é neutro em Caixa Seguridade (CXSE3). O preço-alvo é de R$ 43 para PSSA3, de R$ 44 para BBSE3 e de R$ 16 para CXSE3. Já o BofA prefere Porto e Caixa Seguridade à BBSE3, tendo recomendação neutra para a última; o Itaú BBA, entre CXSE3 e BBSE3, prefere a primeira.

O BofA ressalta seguir com compra para PSSA3 pois ela deve continuar a gerar um bom momento de lucros, enquanto as verticais alternativas fornecem visões de alta para o valuation.

Para os analistas do Goldman, a Porto oferece um atrativo risco-retorno, com a ação negociando a 7,9 vezes Preço/Lucro para 2025, cerca de 8% de desconto em relação aos pares. Além disso, também estão construtivos quanto às perspectivas de crescimento em novos segmentos, como seguro saúde e bancário.

Diante disso, o Goldman Sachs projeta que os resultados operacionais consolidados aumentaram 31% trimestre a trimestre (+20% ano a ano), enquanto a receita financeira melhorou 48% trimestre a trimestre (+27% ano a ano), em parte devido a uma base de comparação mais fraca no segundo trimestre de 2024.

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Neste início de semana, o Santander elevou a recomendação para as ações, que já sobem 33% no acumulado de 2024, de neutra para compra. Os analistas apontam a estratégia de diversificação da companhia e elevaram o preço-alvo de R$ 33 para R$ 47. As novas verticais da seguradora, como as de serviços financeiros e saúde, devem representar 50% do resultado operacional em 2026, ante 27% em 2023. No fim de setembro, o Bradesco BBI havia elevado a recomendação para compra de olho ao revisar as projeções de lucro para cima e ver o valuation como atrativo.

BB Seguridade (BBSE3)

O Goldman Sachs atribui também a sua preferência por BB Seguridade à expectativa de forte rendimento de dividendos de 11% no próximo ano, composição de receita e alta rentabilidade estrutural.

Os analistas esperam condições de subscrição razoáveis no segmento rural em 2025, enquanto o negócio de previdência normalmente apresenta bom desempenho em cenários de altas taxas de juros.

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Segundo o relatório, os resultados mensais indicam que os resultados consolidados das subsidiárias aumentaram 15% trimestre a trimestre (+5% ano a ano) para R$ 2,2 bilhões, 5% acima do consenso do Bloomberg. A receita financeira melhorou sequencialmente tanto na Brasilseg quanto na Brasilprev, embora o alargamento da curva de juros em setembro possa colocar alguma pressão sobre os resultados consolidados.

Por outro lado, Itaú BBA reitera recomendação neutra para BB Seguridade e preço-alvo de R$ 37, uma vez que o crescimento de prêmios enfrenta volatilidade no crédito rural, com as condições climáticas atrasando o plantio (crédito, seguro).

O BBA também cita a dinâmica de lucro mais fraca no curto prazo, bem como a avaliação de 8,0 vezes Preço/Lucro ligeiramente abaixo da média histórica devido à queda de visibilidade no valor presente líquido de dividendos e prêmios mais lentos.

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O BofA também tem recomendação neutra ao projetar que o crescimento dos lucros deva desacelerar nos próximos meses.

Caixa Seguridade (CXSE3)

Para Caixa Seguridade (CXSE3), a recomendação do Goldman é neutra com preço-alvo de R$ 16, graças as tendências mistas para o crescimento de receita.

Os dados da Susep indicam que os resultados consolidados das subsidiárias aumentaram 24% trimestre a trimestre (+4% ano a ano) para R$ 956 milhões, 1% abaixo do consenso do Bloomberg. A melhoria trimestral nos resultados se deve principalmente à redução dos sinistros, pois a empresa registrou R$ 112 milhões em sinistros das inundações no estado do Rio Grande do Sul e um impacto de R$ 342 milhões relacionado a um evento único em políticas de vida de crédito no segundo trimestre de 2024.

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Já os prêmios cresceram 6,7% ano a ano até agosto (de 7,5% no segundo trimestre de 2024), impulsionados principalmente pelo aumento de hipotecas (+11% ano a ano).

O Itaú BBA, por sua vez, escolheu a Caixa Seguridade com sua ação preferida no setor de seguros, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17.

Os analistas do BBA explicam que a Caixa oferece crescimento de lucros e visibilidade mais altos por meio de receita bruta e taxas de sinistros mais baixas.

O BofA também segue com recomendação de compra, com base nos resultados defensivos da CXSE3 e alto rendimento de dividendos.

E o IRB (IRBR3)?

O Goldman Sachs mantém classificação neutra para a IRB e preço-alvo de R$ 50, dada sua avaliação equilibrada e uma recuperação gradual do ROE à frente. Os resultados mensais indicam que o lucro líquido aumentou 44% trimestre a trimestre (96% ano a ano) para R$ 94 milhões, 5% acima do consenso do Bloomberg.

Já os prêmios ganhos aumentaram 34% trimestre a trimestre (64% ano a ano), o que foi parcialmente compensado por custos de aquisição mais altos (+101% trimestre a trimestre, +210% ano a ano). As sinistros caíram 10% trimestre a trimestre (-3% ano a ano), com a sinistralidade diminuindo para 44% (de 65% no segundo trimestre de 2024).