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O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (15) a proposta de incorporação da Unidas (LCAM3) pela Localiza (RENT3).
O caso foi decidido pelo presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, que acompanhou voto da relatora Lenisa Prado, autorizando a compra mediante a celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que traz como solução um conjunto de medidas estruturais e comportamentais.
“Apesar de a operação se mostrar prejudicial para a concorrência e das eficiências não terem sido comprovadas de maneira que pudessem suportar os prejuízos, partiu-se para uma negociação de remédios que mitigassem os problemas concorrenciais ditos lá na frente, nas diligências”, afirmou Macedo.
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Por volta das 13h30, logo após retomarem as negociações na Bolsa depois de terem as operações interrompidas por um breve período após a decisão do Cade, as ações RENT3 tinham alta de 5,11% na Bolsa brasileira, negociadas a R$ 60,39, enquanto os papéis LCAM3 subiam 5,89% na B3, a R$ 26,94. Contudo, os papéis amenizaram os ganhos, com LCAM3 fechando em alta de 4,43%, a R$ 26,62, enquanto ativos RENT3 subiram 3,13%, a R$ 59,29.
Em comunicado, a Localiza destaca que o fechamento da operação (closing) está ainda sujeito a outras condições, inclusive à aprovação pelo Cade do comprador do pacote de ativos a serem desinvestidos nos termos do ACC.
“As companhias informam que estão em processo de negociação com potenciais interessados e que permanecerão operando com autonomia e independência até o fechamento da operação”, diz fato relevante divulgado após a decisão do Cade.
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Segundo o Credit Suisse, a aprovação de fusão da Localiza e da Unidas pelo Cade trará “ganhos de escala substanciais”. O banco aponta que, como contraponto, companhias terão de se desfazer da marca Unidas, diminuir suas frotas e também a venda de seminovos.
Na avaliação da XP Investimentos o desfecho é positivo. “Ficou claro na decisão que a proposta de aprovação foi negociada com a Localiza/Unidas – o que nos dá tranquilidade de que o desinvestimento não inviabiliza a geração de valor da fusão”, escrevem os analisas.
O time chama atenção para o aumento dos “remédios” inicialmente propostos, dentre eles, o aumento no desinvestimento de frota versus venda de 20 mil a 50 mil carros negociada inicialmente.
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Outro remédio anunciado foi a venda da marca Unidas. “Apesar de não estar na proposta inicial, já era especulado pelo mercado que essa poderia ser uma fonte de aumento nos remédios”, escreve a XP.
Já o Bradesco BBI avalia que as restrições vieram em linha com o esperado.
Embora ainda não tenham sido totalmente divulgadas, com base na reunião transmitida pelo Cade, o banco espera que a marca Unidas seja vendida; que a empresa precise vender até 50 mil carros no segmento de aluguel e que venda ainda as lojas de aluguel de carros nas principais cidades e aeroportos.
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Em relatório, o BBI diz ainda esperar que nenhuma atividade de Fusões e Aquisições de aluguel de veículos possa ser realizada por três anos e também, que a cláusula de não concorrência com o Vanguard e o acordo de referência mútua sejam suspensos.
O banco mantém recomendação outperform (performance acima da média do mercado) para os papéis de Unidas e Localiza, em meio à expectativa de sinergias com o movimento de fusão e aquisição (M&A), potencial de upside atrativos para ambas as companhias, além do desconto de Localiza em relação à média histórica.
Relembre o caso
Em setembro de 2020, a Localiza anunciou uma proposta de fusão com a Unidas. A transação pendente se basearia em uma troca de ações com relação de 0,447 por ação LCAM3.
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Concluída a operação, 76,9% da nova companhia pertenceria aos acionistas da Localiza, e 23,1% aos de Unidas
Em setembro deste ano, a Superintendência do Cade emitiu parecer recomendando a aprovação da fusão entre Localiza e Unidas mediante remédios.
Ela recomendou a celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), com remédios estruturais e comportamentais, o que deveria ser analisado pelo Tribunal do Cade e pelas empresas envolvidas na operação.
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As restrições foram mais suaves do que os analistas apontavam. Dentre elas: 1) Unidas precisará reduzir o tamanho de sua frota de rent-a-car (aluguel de veículos) e vender algumas lojas; 2) cancelar a não concorrência com a Vanguard (ou seja, as marcas Enterprise, National e Alamo) e o acordo de referência mútua e 3) limitar a quatro marcas utilizadas em agências de viagens on-line.
Além disso, não solicitou à Localiza a venda da marca Unidas e nenhuma restrição foi imposta ao gerenciamento de frota e às lojas de seminovos.
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