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(Bloomberg) — O eventual sucesssor de Warren Buffett muitas vezes se verá diante da questão “o que Buffet faria?”.
Aparentemente, ele continuaria expandindo os horizontes da Berkshire Hathaway da maneira que achasse adequada. Essa é a liberdade que o CEO, que acabou de completar 90 anos, está dando ao próximo da fila com o anúncio desta semana de um investimento de US$ 6 bilhões no Japão e outros rompimentos recentes de tradição.
Ao mostrar que está disposto a ir além de algumas de suas práticas de longa data, como aversão a recompras de ações e uma propensão a ficar com investimentos próximos de casa, o investidor bilionário está também removendo as amarras para seu sucessor.
“Buffett pensa nisso o tempo todo: como a empresa funcionará com sucesso nas próximas décadas?” disse James Armstrong, que administra recursos, incluindo ações da Berkshire, como presidente da Henry H. Armstrong Associates. “Ele está constantemente pensando em um horizonte de longo prazo.”
Buffett passou mais de cinco décadas transformando a Berkshire em um amplo conglomerado avaliado em US$ 521 bilhões, com negócios que vão da Geico à Precision Castparts e à Dairy Queen. Inevitavelmente, seu sucessor enfrentará questões sobre se o famoso investidor teria feito os mesmos movimentos.
Ao expandir os horizontes da Berkshire agora, por exemplo, por meio do aumento de recompras, Buffett está dando ao próximo CEO permissão para realizar manobras semelhantes de aplicação de capital, de acordo com Tom Russo, que supervisiona mais de US$ 9 bilhões, incluindo ações da Berkshire, na Gardner Russo & Gardner.
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À medida que o conglomerado aumenta de tamanho, Buffett acha mais difícil aplicar a pilha de dinheiro de US$ 146,6 bilhões da empresa em ativos de maior retorno. O problema afetou as ação da Berkshire, que apresentaram desempenho inferior ao do índice S&P 500 na última década.
Sua aposta em cinco tradings japonesas, anunciada no domingo, mostrou que Buffett está mais disposto a sair de seu mercado doméstico, onde está a maior parte dos investimentos da Berkshire.
Não é a primeira vez que a Berkshire investiu ou comprou empresas sediadas fora dos EUA. A Iscar, fabricante israelense de ferramentas, é um exemplo. Mas ele raramente mergulhou tanto em um mercado estrangeiro como agora faz com o Japão. Buffett já sinalizou seu interesse pelo país antes, ao dizer, em 2011, que ficaria “encantado” em investir lá e em outros lugares da Ásia.
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“As cinco principais empresas comerciais têm muitas joint ventures em todo o mundo e provavelmente terão mais dessas parcerias”, disse Buffett em um comunicado sobre suas novas apostas no Japão. “Espero que no futuro haja oportunidades de benefício mútuo. ”
Política de Recompra
Por muito tempo, ele também preferiu investir em outras companhias ou comprar empresas diretamente em vez de recomprar ações. Mas um ajuste de política em 2018 permitiu que a Berkshire começasse a recomprar mais ações. A empresa começou a intensificar a prática e recomprou um recorde de US$ 5,1 bilhões em ações no segundo trimestre.
Buffett sempre foi cauteloso com o setor de tecnologia, preferindo evitar investimentos que não conseguia entender. Mas, a partir de 2016, ele começou a acumular ações da Apple. Essa mudança de opinião valeu a pena, com a participação da Berkshire na Apple avaliada em US$ 91,5 bilhões no final do segundo trimestre, em comparação ao seu custo de US$ 35,3 bilhões.
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No entanto, ele ainda está sendo cuidadoso com a aplicação de capital. Buffett levou cerca de um ano para aumentar sua participação nas empresas japonesas, e está gastando apenas uma pequena parte do dinheiro da Berkshire em recompra de ações. Sua aposta no Japão é um lembrete aos investidores de que, mesmo aos 90 anos, Buffett está disposto a procurar outras maneiras de a Berkshire empregar capital, segundo Russo.
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