Brookfield espera mostrar tamanho para se firmar entre blue chips

Em entrevista, diretor de RI da Brascan identifica benefícios com adoção da nova marca ao consolidar imagem de solidez

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A Brascan Residential (BISA3) tem uma estratégia bem definida na mudança de denominação social para Brookfield Incorporações, que consolidou a integração com Company e MB Engenharia em uma nova marca: deixar transparecer aos participantes do mercado seu vigor financeiro, alçando níveis mais firmes no solo dominado pelas chamadas blue chips do setor imobiliário.

“Era algo pouco percebido o sentido da solidez e do tamanho da empresa, que já estava entre as três maiores do Brasil. A nova marca deixa isso claro”, disse Luiz Rogelio Tolosa, diretor de Relações com Investidores da Brascan, em entrevista à InfoMoney nesta terça-feira (23).

Brookfield Incorporações permite maior identificação com a controladora indireta Brookfield Asset Management, gestora mundial de ativos com cerca de US$ 80 bilhões de investimentos distribuídos em cinco continentes. Para o executivo, a associação ao grupo facilita no sentido de mostrar uma capacidade forte, agregando valor.

Crédito atraente

Se no lado do consumidor há o efeito de passar credibilidade, ao relacionar com uma marca de presença em diversos setores da economia, Tolosa enxerga benefícios também no momento de obter financiamento junto aos bancos. “Obviamente isso também expande para o crédito, diferenciando essa empresa que já nasce grande”.

Internamente, entre os funcionários, a operação também é favorável na avaliação dele. “Fazemos uma identificação muito mais forte quando você soma três culturas, estabelecendo uma quarta. Hoje todo mundo é Brookfield e deixa de ser ex-algo”, comentou o diretor de RI.

Vendas fortes

Assim como diversas outras incorporadoras, a companhia tem percebido o aumento da demanda nos últimos meses, turbinado pelo pacote habitacional lançado pelo Governo. Com uma diferença: “Tivemos leitura correta do mercado quando dissemos que crise significaria retração forte na oferta, mas não tão intensa na demanda”, assinalou Tolosa.

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De fato, ao contrário da maioria do setor, que optou pelo conservadorismo de vender unidades remanescentes, a Brascan lançou no primeiro trimestre o dobro na comparação com os primeiros três meses de 2008. “Não diria que a demanda necessariamente sobe neste ano, mas defendo que a oferta cai mais do que a demanda. Sobra espaço e por isso houve possibilidade de elevar o market share”.

Acrescentou: “Temos uma vantagem competitiva, porque a capacidade financeira da empresa permitiu que ela crescesse mesmo num cenário adverso”. A Brookfield carrega exposição diversificada na indústria da construção civil, atuando nos segmentos residenciais econômico, médio e alto padrão e de escritórios.