brMalls (BRML3) lucra R$ 57,1 milhões, alta de 631,7% na base anual

Com retomada à normalidade, receita da controladora de shoppings avança e se aproxima das registras no pré-covid

Vitor Azevedo

Shopping Cidade São Paulo (fonte: xpmalls.com.br)
Shopping Cidade São Paulo (fonte: xpmalls.com.br)

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A brMalls (BRML3) lucrou de forma líquida R$ 57,1 milhões no terceiro trimestre de 2021, número quase sete vezes maior do que os R$ 7,8 milhões registrados no mesmo período de 2020, quando a pandemia ainda impactava muita a performance do setor de shoppings centers, no qual a companhia atua.

Segundo a controladora, em documento publicado na noite desta quinta-feira (11), excluindo efeitos não recorrentes, como gastos com impostos diferidos e outros gastos operacionais, o lucro seria ainda maior, de R$ 94,7 milhões.

A brMalls viu sua receita líquida chegar a R$ 306,6 milhões entre julho e setembro deste ano, alta de 47,6% na base anual. Este número, porém, ainda fica aquém daquele registrado no período pré-pandemia: no terceiro trimestre de 2019, a receita líquida da empresa foi de R$ 319 milhões, com ganhos com mall e mídia e com alugueis percentuais maiores.

A alta anual, porém, se explica em grande parte pela redução dos descontos concedidos pela companhia aos seus locatários durante a pandemia. O aluguel mínimo chegou a R$ 193,2 milhões, alta de 31,8% – e já superando os R$ 185,5 milhões de 2019.

Além disso, inadimplência ficou em 4,8%, versus 7,7% no terceiro trimestre de 2020. As provisões para pagadores duvidosos caíram 32,8%, para R$ 18,7 milhões.

Gastos da brMalls aumentam com retomada das operações

Com a volta à normalidade, aumentaram também os gastos operacionais da brMalls, que saíram de R$ 23,3 milhões para R$ 27,3 milhões, alta de 16,9% na base anual.

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A companhia, porém, ainda mantém esses custos consideravelmente menores do que os registrados em 2019, com o valor total sendo 23,6% menor do que no pré-pandemia. “Isso se deu pela maior eficiência na gestão das despesas de condomínio, resultado da otimização dos processos e da renegociação de contratos com fornecedores e prestadores de serviços”, explicou a brMalls.

A receita operacional líquida (NOI, na sigla em inglês), ficou em R$ 280 milhões, crescendo 52,4% na base anual mas ainda 4,1% menor do que em 2019. A margem NOI, porém, ficou em 90,6%, maior do que no terceiro trimestre de 2020, quando foi de 87,7%, e do que em 2019, 88,7%.

Além de maiores gastos operacionais, a brMalls registrou maiores despesas com vendas, com administração e gerais – foram R$ 78,3 milhões, crescendo na comparação com 2020 e com 2019, com maior peso de salários (focando no quadro de funcionários com foco no serviço digital) e serviços contratados (por conta de novos sistemas implementados).

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Com esse aumento dos gastos administrativos e gerais, a margem de lucro operacional da brMalls, a margem Ebitda, ficou em 61,8%, melhorando ante os 55,9% do terceiro trimestre de 2020 mas decaindo frente os 75,2% de 2019. O Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em inglês) ficou em R$ 153,9 milhões, alta de 32% na base anual mas 52,4% menor na bienal.

Por fim, o resultado da brMalls foi impactado pelo resultado financeiro, negativo em R$ 61,1 milhões. Este caiu 11% na base anual, com maior ganho de receitas financeiras e mesmo com a dívida líquida se mantendo estável, em R$ 2,4 bilhões.