BRF e Marfrig negociam fusão para criar gigante das proteínas

Hoje, o valor de mercado combinado das duas empresas é de cerca de R$ 28 bilhões, com faturamento anual na casa de R$ 76 bilhões

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A BRF (BRFS3) informou em comunicado que iniciou tratativas com a Marfrig (MRFG3) para avaliar combinação de negócios entre as duas companhias. Hoje, o valor de mercado combinado das duas empresas é de cerca de R$ 28 bilhões, com faturamento anual na casa de R$ 76 bilhões.

As tratativas ocorrem através da assinatura de Memorando de Entendimentos vinculante entre as duas empresas, estabelecendo regras e condições de acesso a informações que permitam que as companhias aprofundem e deem seguimento à análise da possível viabilização da transação.

“O Memorando de Entendimentos prevê período de exclusividade de 90 dias, prorrogáveis por 30 dias, durante o qual nenhuma das partes poderá iniciar negociações com terceiros. No âmbito dessa análise, a companhia e Marfrig deverão avaliar, junto aos seus respectivos assessores financeiros, legais, contábeis e outros, os efetivos benefícios econômicos que possam advir de eventual transação, e, ainda, a estrutura societária mais eficiente a ser adotada”, destaca o comunicado. 

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A BRF diz que a transação, se ocorrer, irá “reduzir a exposição da empresa aos riscos setoriais e gere sinergias, em virtude do equilíbrio e complementariedade de produtos, serviços e diversificação geográfica com relevância no Brasil, Estados Unidos, América Latina, Oriente Médio e Ásia”.

A companhia espera ainda que isso ajude na redução da alavancagem financeira e adequação da estrutura de capital, além de ressaltar o foco no Brasil e Mercado Halal, com a expansão da base de produtos.

O comunicado destaca ainda que não existe uma estrutura societária definida para a fusão, que pode “incluir a consolidação dos ativos das duas companhias e de suas bases acionárias em uma nova sociedade”. 

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Pelo acordo, os acionistas da BRF terão 84,98% da nova empresa, enquanto os da Marfrig ficarão com 15,02%. 

O acordo ainda define que a empresa resultante precisa ter “um elevado nível de governança corporativa, adote políticas internas e métricas necessárias para atingir grau de investimento, e seja administrada de forma a atingir excelente reputação no que diz respeito à integridade, qualidade, segurança e sustentabilidade”.

Quanto à precificação, a transação define que a combinação será baseada na média do valor unitário da cotação diária, ponderada por volume, das ações de cada companhia na Bolsa nos últimos nos 45 dias corridos imediatamente anteriores à data da divulgação do fato relevante, isto é, entre os dias 15 de abril e 29 de maio.

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A BRF explica ainda que não nenhum acordo fechado entre as duas empresas e que não existem garantias de que o processo será concluído. “A companhia não se manifestará novamente sobre a matéria nos próximos 90 dias, exceto se houver a ocorrência de atos ou fatos que constituam em obrigação normativa de divulgar”, conclui a empresa.

Se o negócio for concluído, a fusão criará a 4ª maior empresa do mercado de proteínas do planeta, atrás apenas da JBS, da americana Tyson Foods e da chinesa Smithfield. 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.