BRF e JBS: JPMorgan mantém visão positiva para ações após queda recente de olho no 3T

Apesar de quedas recentes, ações da BRF e JBS são vistas como oportunidades de compra; resultados acima do consenso de mercado são esperados

Murilo Melo

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As ações da BRF (BRFS3) e da JBS (JBSS3) registraram quedas de 6% e 5%, respectivamente, após as eleições nos Estados Unidos, em comparação à queda de 2% do índice Bovespa (Ibov). Mesmo com o desempenho inferior, analistas do JPMorgan mantêm perspectivas positivas para ambas as empresas e as colocaram no radar para monitoramento possíveis catalisadores positivos, principalmente pela expectativa de resultados sólidos no terceiro trimestre, que serão divulgados nesta quarta-feira (13).

Segundo as projeções de mercado, a BRF e a JBS devem reportar resultados acima das expectativas, com previsões de crescimento de 7% a 8% em relação ao consenso. Por isso, os analistas incluíram as ações das duas empresas em sua lista de “catalisadores positivos”.

Entre os fatores que favorecem a BRF, destacam-se o ciclo de frango favorável, já que não há sinais de que a produção vá reverter no curto prazo, devido a barreiras de oferta, como questões genéticas e o número limitado de granjas, o que limita aumentos na oferta, conforme o banco.

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A demanda forte e o preço competitivo da carne de frango no mercado doméstico brasileiro, especialmente após o recente aumento de 40% no preço da carne bovina e de 22% na carne suína, devem sustentar os preços dos produtos processados da BRF.

No mercado internacional, dizem os estrategistas, os preços no mercado asiático seguem em recuperação, as margens na região halal permanecem fortes, e a desvalorização do real contribui para margens elevadas.

O JP Morgan afirma, em relatório, que as perspectivas para o quarto trimestre da BRF são promissoras porque esse período, tradicionalmente forte, contará com custos de insumos mais baixos, especialmente com a queda nos preços das rações. As previsões para a colheita de 2025 também são favoráveis, o que sugere que a inflação de custos não deve aumentar.

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Os analistas projetam para a BRF um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 3,1 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 7,2% em relação ao consenso, e mantêm uma meta de preço de R$ 30 para dezembro do próximo ano.

Margens saudáveis

A JBS também está no radar dos analistas, que estimam um forte terceiro trimestre, impulsionado por uma valorização consistente das ações da Pilgrim’s Pride Corporation (PPC), subsidiária americana da JBS.

Apesar de fatores sazonais e uma certa reação da oferta às margens, o banco observa que os preços do frango permanecem resilientes nos Estados Unidos, e o otimismo é sustentado pela forte demanda e acessibilidade do produto.

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Outros fatores de destaque para a JBS incluem os custos de alimentação controlados, com estabilidade nos preços das rações, o que deve contribuir para margens saudáveis, e uma perspectiva sólida para o quarto trimestre, com expectativa de que a demanda e a oferta se mantenham equilibradas.

Em resposta a surtos recentes de gripe aviária no Canadá e em algumas regiões dos EUA, o JP Morgan diz que produtores têm buscado maior eficiência e monitoramento da saúde das aves. Os analistas estimam que a JBS apresente um Ebitda de R$ 10,9 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 8% em relação ao consenso, e a empresa é vista como uma oportunidade de compra, com meta de preço de R$ 43 para dezembro de 2025.

Oportunidade de investimento

Os analistas veem tanto a BRF quanto a JBS como boas oportunidades de investimento no setor de proteínas, apesar dos riscos inerentes. Entre os principais fatores de risco para a BRF estão a possibilidade de valorização do real, que afetaria negativamente a receita de exportação, e o aumento nos custos de milho e farelo de soja.

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Já para a JBS, segundo os analistas, riscos como desaceleração da demanda devido à inflação e recessão, altos encargos financeiros e possíveis vendas de ações pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém mais de 21% das ações, são considerados.

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