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A BRF (BRFS3) comunicou nesta manhã de quarta-feira (31) que a saudita Salic se comprometeu a investir em um potencial aumento de capital da companhia, bem como a atual acionista Marfrig (MRFG3).
De acordo com fato relevante, o fundo soberano da Arábia Saudita irá subscrever até 250 milhões de papéis, desde que o preço das novas ações seja de até R$ 9, no âmbito de uma eventual oferta primária de ações.
O frigorifico Marfrig também se comprometeu a subscrever R$ 250 milhões de ações da BRF.
Com base no valor de R$ 9, a BRF receberia um aporte da ordem de R$ 4,5 bilhões.
Nesse contexto, o Conselho de Administração da BRF engajou assessor financeiro para estudar alternativas para realização da oferta pública de ações, considerando a distribuição de 500 milhões de novas ações do frigorífico, a um preço de R$ 9,00 por ação, e a convocação de assembleia geral extraordinária da companhia para deliberar sobre o aumento de capital.
A ação da BRF fechou na última terça-feira (30) a R$ 7,27, o que representa um ágio de até 24%.
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Segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney, as negociações corriam há seis meses e foram acertadas pelo presidente do conselho da BRF, o empresário Marcos Molina.
Embora a Salic não confirme, a avaliação das fontes é de que o fundo tenha uma cadeira no conselho pelo tamanho de participação poderá ter (de cerca de 16%).
Também em fato relevante sobre o tema, a Marfrig informa que seu conselho de administração aprovou de forma preliminar, a realização de futuro aumento de capital privado, com emissão de, no mínimo, 240 milhões de novas ações e, no máximo, 360 milhões de novos papéis ao preço de R$ 6,25 por ação, equivalente ao preço de fechamento do pregão de 30 de maio de 2023 das ações de emissão da companhia.
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A companhia informa também que recebeu de seu acionista controlador, MMS Participações, compromisso de investimento de subscrição de ações da companhia, abrangendo, no mínimo, a subscrição de 240 milhões de novas ações e indicou interesse nas eventuais sobras da oferta.
Recomendações
Cabe ressaltar que, na noite da véspera, antes da divulgação do comunicado, o Goldman Sachs havia cortado a recomendação para as ações da BRF de neutro para venda, com preço-alvo de R$ 6,20.
O banco destacou que, embora reconheça o ambiente mais favorável para a alimentação animal, ele acredita que uma métrica mais relevante para a negociação das ações da BRF sejam as margens (e não os custos dos grãos).
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Nesse sentido, o Goldman Sachs apontou esperar que a lucratividade continue sob pressão estrutural nos próximos 12 meses, devido ao excesso global/doméstico (os alojamentos no Brasil aumentaram +3% em relação ao ano anterior em março, e não vê sinais claros de redução na oferta nos EUA), aumento da concorrência local da Seara da JBS (+194 pontos-base na participação nos últimos 3 anos e +20% na capacidade de alimentos processados no Brasil) e demanda geralmente fraca nos principais mercados (por exemplo, Brasil, Oriente Médio e Ásia, excluindo a China).
O banco americano ainda fez a previsão de uma queima de caixa livre acumulada de R$ 1,4 bilhão em 2023 e 2024, sendo R$ 983 milhões negativos apenas em 2023.
(com Estadão Conteúdo)