BRF (BRFS3) lucra 6,9% a mais no 4º trimestre, com expansão da receita e créditos tributários

No ano, o frigorifico lucrou R$ 437 milhões, cifra 68,5% inferior ao reportado em 2020; Ebitda ajustado cresceu 6,3% na comparação anual

Felipe Moreira Rodrigo Petry

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A BRF (BRFS3) registrou um lucro líquido de operações continuadas de R$ 964 milhões no quarto trimestre do ano passado, um desempenho 6,9% superior frente igual período de 2020.

Apenas o lucro total societário somou R$ 932 milhões, uma expansão de 3,3%. Em ambos casos, a empresa reverteu, frente o 3º trimestre, prejuízo líquido de R$ 271 milhões (continuadas) e R$ 277 milhões (societário).

No ano, o frigorifico lucrou R$ 437 milhões, cifra 68,5% inferior ao reportado em 2020, em termos societário, enquanto nas operações continuadas a retração foi de 62,8%, para R$ 517 milhões.

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Na explicação do aumento do lucro, a BRF detalhou que, nas operações continuadas, houve, principalmente, a expansão nominal do EBIT (+11,5% a/a), que foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida.

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Adicionalmente, a BRF informou que ocorreram maiores reconhecimentos de créditos tributários sobre prejuízos fiscais, em R$ 184 milhões, que compensaram maiores despesas financeiras.

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“Mesmo diante de um cenário extremamente adverso e desafiador durante o 4T21, ainda com efeitos da pandemia e ambiente inflacionário, a companhia reportou expansão do Ebitda ajustado”, destacou.

Mais dados do balanço da BRF (BRFS3)

A receita líquida somou R$ 13,274 bilhões no 4T21, alta de 19,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O lucro antes do juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 6,3% na comparação com igual etapa de 2020, totalizando R$ 1,687 bilhão.

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Já a margem Ebitda ajustada alcançou 12,3% no 4º trimestre de 2021, baixa de 1,5 p.p. na comparação com igual trimestre de 2020.

O lucro bruto somou R$ 3,133 bilhões no 4T21, incremento de 10,7% em relação ao 4T20.

A margem bruta da companhia foi de 22,8% entre outubro e dezembro de 2021, queda de 1,8 ponto percentual.

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Desempenho Brasil

Segundo a empresa, houve resiliência dos negócios no Brasil no 4º trimestre, “diante de um cenário macroeconômico e competitivo desafiador”.

“Diante do maior spread histórico entre carne bovina e suína, capturamos volumes recordes de carne suína, em linha com nossos esforços de aumentar nossa penetração regional, estimular o consumidor e oferecer um portfólio amplo, acolhedor e de valor agregado”, destacou.

Em virtude de menores exportações, acrescentou a empresa, a concorrência aumentou o volume de oferta local, “gerando queda circunstancial dos preços, o que pressionou as margens em um cenário cada vez mais afetado pela inflação das commodities e outros insumos”.

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Números da BRF no mercado brasileiro

BRF Segmento Brasil
BRF Segmento Brasil

Desempenho Internacional

Conforme a empresa, no 4T21, foi observado na Ásia contração dos volumes e preços de exportação da carne suína para a China, em função da recuperação da produção local e o consumo restrito em função da pandemia de COVID-19.

“A queda da margem de suínos e o cenário adverso de custos produtivos e logísticos impactaram negativamente a margem bruta do segmento, que foi parcialmente compensada pela elevação consecutiva dos preços em dólares para Japão e Coreia do Sul, devido à queda dos estoques locais e abastecimento limitado de outros países para a região.”

BRF Ásia
BRF Ásia

Já na distribuição Halal – Halal DDP –, e BRF destacou aumento de participação de alimentos industrializados no nosso mix de venda, “materializando mais avanços da Visão 2030”.

No mercado turco, a BRF observou um cenário inflacionário desafiador e de forte desvalorização da lira (21,1% a/a). Entretanto, ancorada na marca Banvit, a empresa afirmou que repassou a inflação de custos, por meio de “estratégia eficaz de precificação”.

“O redirecionamento de volumes para a plataforma de exportações na Banvit permitiu neutralizar a exposição cambial, apesar do impacto da consolidação do balanço em Reais’, destacou.

Adicionalmente, no mercado Halal, houve tendência de crescimento da atividade econômica em food service com a maior mobilidade a restaurantes, cafés, shoppings, museus e grandes eventos, além da intensificação do turismo geral.

Despesas e alavancagem

Em relação à dívida líquida, a companhia informou que houve um aumento de 22,5%, para R$ 17,332 bilhões.

Dessa forma, o índice de alavancagem, medido pela relação entre dívida liquida e o Ebitda ajustado, foi de 3,12 vez, uma elevação de 0,39 vez em relação ao 4T20.

Endividamento da BRF

BRF Dívida no balanço
BRF Dívida no balanço

As despesas operacionais somaram R$ 2,104 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, elevação de 13,7% na comparação com igual etapa de 2020.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 698 milhões no 4T21, crescimento de 49,8% sobre as perdas financeiras do 4T20.

O consumo de caixa foi de R$ 3 milhões no 4T21, contra consumo de caixa de R$ 1,726 bilhões do 4T20.

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