BRF (BRFS3): Goldman Sachs aponta 5 motivos para cautela e reforça venda para ações

Banco reconhece que o resultado do quarto trimestre (4T23) pode ser mais forte do que o esperado

Felipe Moreira

BRF Natal (Foto: BRF)
BRF Natal (Foto: BRF)

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Apesar de reconhecer que o resultado do quarto trimestre (4T23) da BRF (BRFS3) possa ser mais forte do que esperava, o Goldman Sachs reforçou sua recomendação de venda para os ativos e listou 5 razões para ficar cauteloso. De sexta até terça (ou seja, em três pregões), os papéis saltaram 18%.

Para o futuro, o banco continua a acreditar que a volatilidade nos preços dos grãos, os mercados internacionais com excesso de oferta e a crescente concorrência da Seara podem adicionar riscos à geração de fluxo de caixa livre (que ainda não atingiu o ponto de equilíbrio).

O frigorífico, cuja a ação acumula alta de 87,54% nos últimos 12 meses, vai divulgar seu balanço do 4T23 no dia 26 de fevereiro. O Goldman tem preço-alvo de R$ 9,70 para BRFS3, ou uma queda de 34% frente o fechamento da véspera.

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1. Grãos

Segundo o relatório, o forte El Niño registrado no final do ano passado já está mostrando sinais de pressão sobre os valores da soja. “Um calendário de plantio atrasado, juntamente com uma alta probabilidade de La Niña mais tarde no ano, também adiciona riscos para o milho safrinha, enquanto os preços à vista surpreendentemente baixos podem se refletir em menor área plantada”, diz o documento.

Nesse contexto, a posição da BRF, que depende dos grãos, usados para alimentar os frangos, pode reduzir sua capacidade de navegar por potenciais interrupções na safra brasileira. As curvas futuras indicam atualmente uma inflação potencial de custos médios de 7% no 2º semestre de 2024.

2. Excesso de oferta global

O Goldman Sachs também comenta que os mercados internacionais continuam amplamente com excesso de oferta, à medida que um ajuste gradual nos EUA é mais do que compensado por volumes mais altos do Brasil. A produção de carne Halal parece relativamente mais isolada, mas mesmo ajustando para isso, o banco vê uma perspectiva persistentemente desafiadora para as operações internacionais da BRF (44% de suas vendas nos últimos 12 meses). As margens médias de exportação no Brasil contraíram 6,3% trimestralmente em dólares americanos no 4T23.

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3. Concorrência

A rival Seara, da JBS (JBSS3), adicionou aproximadamente 10% na capacidade de processamento em 2023 e planeja mais um aumento de cerca de 10% este ano, principalmente focado em categorias de alto volume.

Os dados mais recentes da Nielsen mostram que os preços no Brasil caíram 1,9% sequencialmente em setembro e outubro, e analistas acreditam que um mercado cada vez mais competitivo, poder de compra geralmente fraco e uma inflação moderada podem limitar a capacidade do setor de continuar a elevar os preços no curto prazo.

4. Marfrig (MRFG3)

A Marfrig participou da oferta subsequente e adquiriu uma participação incremental de 18% na BRF nas condições de mercado, o que foi um catalisador para as ações. A atividade cessou em dezembro.

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5. Valuation

No auge do ciclo de lucros, o Goldman Sachs vê a BRF gerando um rendimento de fluxo de caixa livre modesto de 0,6%, um nível considerado baixo para justificar seu atual múltiplo Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 7,1 vezes nos últimos 12 meses. A JBS, classificada como compra, oferece um rendimento de 9,0% em 2024 (apesar do ciclo negativo na carne bovina dos EUA), enquanto opera com um múltiplo de 6,3 vezes EV/Ebitda.

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