BRF (BRFS3) é compra após 2T24? XP reforça visão positiva, Goldman tem cautela

XP espera melhorias estruturais nas margens da empresa e na trajetória do fluxo de caixa livre

Felipe Moreira

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Apesar do papel da BRF (BRFS3) acumular valorização de 81% no ano, a XP Investimentos reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 30,80 para o ativo (ou potencial de alta de 20% em relação ao fechamento de quinta-feira), com base em fundamentos favoráveis do mercado quanto aos esforços significativos de turnaround (virada) da nova administração. Para os analistas da casa, o cenário segue bastante positivo.

Segundo relatório da equipe de análise, a disponibilidade doméstica de aves permanece restrita no Brasil devido ao aumento limitado da oferta combinado com a forte demanda doméstica e de exportação. Enquanto isso, o maior player de aves dos EUA também está apresentando oferta controlada devido a problemas da taxa de eclosão dos ovos e à recente redução da capacidade de alguns produtores.

A XP também ressalta que a perspectiva de baixa para os preços dos grãos dure pelo menos até 2025.

O time de análise da XP comenta que BRF continua sobre performando, o que levou a outra revisão para cima das estimativas. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado está agora 14% e 15% acima do consenso para 2024 e 2025, respectivamente.

Desde que a nova gestão iniciou uma reforma de sua operação no 3T22, as ações passaram por uma reavaliação, que a corretora espera que persista, já que o ciclo ainda não atingiu o pico.

Além disso, a XP espera melhorias estruturais nas margens da empresa e na trajetória do fluxo de caixa livre, impulsionadas por ajustes operacionais estratégicos e aprimoramentos no âmbito do programa BRF+.

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Com relação aos múltiplos, a BRF está negociando a 5,7 vezes e 6,0 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2024 e 2025, respectivamente, com rendimentos projetados de fluxo de caixa de 11,2% e 8,7% no mesmo período.

Por outro lado, analistas disseram que não sentem o mesmo nível de otimismo vindo da administração da BRF, seja devido “(i) à criação contínua de um histórico, portanto, não há dados suficientes para um buy-in; (ii) à falta de transparência nas estratégias da BRF+ e até onde elas podem ir; (iii) à fase de transição da empresa de zero investimentos para o crescimento, seja em capacidade processada ou de abate”.

O Goldman, por sua vez, reiterou recomendação neutra para BRF (BRFS3) e elevou preço-alvo de R$ 19,50 para R$ 22,10 (queda de 14% ante o fechamento da véspera), após incorporar após os resultados do 2T24, dados de alta frequência do setor, a taxa de câmbio atual e os comentários da administração sobre as tendências de curto prazo.

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A equipe do banco americano também elevou previsão de Ebitda em média de 10% para 2024 e 2025, devido à maior rentabilidade nas operações internacionais, enquanto reduziu em 5% para 2026 após uma normalização da oferta e demanda globais.