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A BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, divulga nesta segunda-feira (26) seu resultado do quarto trimestre de 2023, em um período que, para analistas, deve ser marcado por tendências mais positivas e como um começo de ciclo de alta para o negócio.
O fator principal, que deve puxar os resultados para cima, é a redução de custos. “Os custos mais baixos de ração fluindo para os resultados devem definir o tom dos resultados novamente”, diz o time de analistas da XP Investimentos, encabeçado por Leonardo Alencar.
O fim do ano passado foi marcado pela queda das commodities agrícolas, com os juros mais altos nas principais economias do mundo pesando do lado da demanda. Fora isso, sinais de fraqueza da economia da China também derrubaram os preços de produtos como soja e milho.
“Os custos da alimentação deverão continuar a cair, uma vez que os grãos originados durante a abundante colheita do ano passado fluem através da cadeia de produção e dos resultados, promovendo a expansão das margens em todas as divisões”, completa a equipe do BTG Pactual, liderada por Thiago Duarte, sobre o lado da oferta.
Mas fora os custos, os analistas também enxergam que a BRF também deve se beneficiar da melhora dos preços internacionais e de sua execução comercial.
No segmento internacional, uma relação entre oferta e demanda de aves mais equilibrada deve gerar preços sequencialmente mais altos, aumentando a margem Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações]”, explica o BTG. A BRF, por conta disso, deve ter aumento dos volumes exportados.
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Entre os motivos para alta dos preços, analistas apontam o temor de produtores com a gripe aviária, que levou a uma diminuição da produção, fora a sazonalidade do quarto trimestre, com datas festivas aumentando a demanda e os feriados impactando negativamente os cortes.
“Depois de muitos trimestres de margens fracas (estimamos que as margens de in natura estavam em território negativo), projetamos um sólido aumento de 440 pontos-base trimestralmente na margem Ebitda ajustada, para 8,3%, em função dos preços mais baixos dos grãos e da recuperação dos preços”, fala a XP.
Do lado da execução comercial, a diretoria da companhia vem, há cerca de um ano, priorizado a gestão de estoques e buscando eficiência na sua execução, implementando o chamado “back to basics”.
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O consenso da LSEG para a BRF é de receita líquida de R$ 14,7 bilhões, Ebitda de R$ 1,7 bilhão e lucro líquido de R$ 339,5 milhões.
Como já mencionado, o período que vai de outubro a dezembro do ano passado, além do mais, deve ser apenas o começo de uma virada para a BRF. “No futuro, com custos de ração favoráveis e uma oferta e demanda de aves parecendo mais equilibrada, esperamos que as margens sólidas da BRF perdurem. Muitas vezes descrevemos a BRF como uma história pró-cíclica e, com o ciclo agora a seu favor, as ações tendem a apresentar um bom desempenho”, fecha o BTG.