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SÃO PAULO – Enquanto o mercado comemora a aprovação da MP 871 no Senado, o noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para a desistência do grupo holandês LyondellBassel em comprar a Braskem. As ações da companhia abriram às 10h26 com queda de quase 20% e registraram forte queda durante toda a sessão.
Atenção ainda para as recomendações de ações, com a Vivo sendo elevada pelo JPMorgan e a XP mantendo visão positiva para a Azul, enquanto a Netshoes convocou AGE para dia 14 para tratar de oferta da Magazine Luiza e destacou que a oferta da Centauro não fornece garantias suficientes. Já as empresas de saneamento sobem forte com o avanço do Projeto de Lei sobre o saneamento avançando no Senado.
Confira esses e outros destaques da B3 na sessão desta terça-feira:
Braskem (BRKM5)
O grupo holandês LyondellBassel desistiu de comprar a petroquímica Braskem, conforme antecipado pelo Brazil Journal. O fim das negociações ocorre por diversos fatores, mas o principal deles seria a insegurança jurídica por conta da situação financeira do grupo Odebrecht, que poderia entrar em recuperação judicial.
A construtora deu, em julho de 2016, todas as suas ações ordinárias e preferenciais que possui na Braskem como garantia de empréstimos a cinco bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, BNDES e Santander).
“A administração da Companhia seguirá em busca de oportunidades que tenham o potencial de agregar valor à Braskem e, consequentemente, a todos os seus acionistas”, afirmou a empresa no fato relevante.
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Já o CEO do grupo holandês, Bob Patel, afirmou que “a combinação da LyondellBasell com a Braskem é convincente por conta dos pontos fortes complementares, portfólios de produtos e pegadas operacionais das empresas. No entanto, após uma análise cuidadosa, decidimos conjuntamente não prosseguir com a transação. Queremos agradecer às equipes da Odebrecht e da Braskem cooperação durante todo o processo”.
A Coluna do Broadcast do Estadão destaca diz que o pedido de recuperação judicial da Odebrecht S.A. está mais perto do que se esperava, com a Caixa e o Votorantim indicando que podem executar empréstimos concedidos, depois que a Atvos, braço sucroenergético, recorreu à recuperação judicial na quarta-feira da semana passada.
Os passivos totais do grupo somam R$ 97,6 bilhões e, sem Braskem, a dívida seria de R$ 80 bilhões. Ambos casos, esta seria a maior recuperação judicial já realizada na América Latina.
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O jornal Valor Econômico destaca, entretanto, que as duas empresas poderiam voltar a conversar sobre as negociações, mas dentro de um processo organizado por meio de uma recuperação judicial da holding da Odebrecht. Dessa forma, a venda da Braskem seria aprovada dentro do plano de recuperação judicial.
Magazine Luiza (MGLU3) e Centauro (CNTO3)
A varejista online Netshoes informou que o conselho da companhia decidiu que fará uma Assembleia Geral Extraordinária no dia 14 de junho, às 10h, horário de Brasília, para deliberar sobre a aprovação da proposta da rede de varejo Magazine Luiza.
Em relação à proposta da Centauro, o comunicado afirma que, “após exame e análise” da proposta, foi concluído que a proposta “não fornece garantias suficientes em relação à situação financeira” da Netshoes e que não se constitui como proposta superior à da Magalu.
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A Netshoes recebeu uma proposta de aquisição não solicitada da Centauro em 23 de maio de 2019, que foi revisada e os valores ampliados, em 28 de maio, com o pagamento pela aquisição de US$ 3,50 por ação. A proposta aconteceu após a Netshoes e a Magalu terem fechado um Acordo de Incorporação, no valor de US $ 3,00.
O comunicado da Netshoes destaca que existe uma a alta probabilidade de conclusão da incorporação com o Magazine Luiza em um prazo previsível e curto. Para isso, conta a favor, a aprovação já ter sido concedida pela autoridade antitruste brasileira em 22 de maio de 2019, “o que significa que esperamos concluir a Incorporação dentro de cinco Dias úteis após a aprovação da Incorporação na Assembléia Geral Extraordinária”.
Energias do Brasil (ENBR3)
De acordo com informações da Bloomberg, a China Three Gorges avalia um acordo para obter o controle dos negócios no Brasil da EDP-Energias de Portugal, segundo fontes ouvidas pela agência.
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A estatal chinesa considera fazer uma fusão de seus próprios ativos brasileiros com as operações da EDP no país, que são administradas pela EDP-Energias do Brasil, de acordo com as pessoas. A Three Gorges pode buscar uma participação majoritária na empresa combinada, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque a informação não é pública.
As deliberações da companhia chinesa estão em um estágio inicial, e as empresas podem optar por buscar outras opções, segundo as fontes. As ações da unidade brasileira da EDP subiram 33% neste ano, com valor de mercado de cerca de US$ 3 bilhões.
Em abril, a Three Gorges encerrou sua oferta de aquisição de 9,1 bilhões de euros (US$ 10,2 bilhões) pela EDP, depois que os acionistas portugueses decidiram manter um teto para os direitos de voto. A Three Gorges, que já é a maior acionista da EDP, com uma participação de 23%, disse que continuará sendo um “investidor estratégico de longo prazo”.
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BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3)
A empresa de alimentos BRF informou ontem à noite que concluiu hoje a venda para a Tyson Foods a totalidade de sua participação na Europa e na Tailândia. Os ativos em questão são unidades de processamento de alimentos e abate de aves, por um valor de US$ 377,042 milhões. Dessa forma, a companhia destaca que conclui as vendas previstas no seu plano de reestruturação anunciado em junho do ano passado.
Já a Reuters informa que a BRF encontrou resistência de uma parte de seu Conselho para negociar uma potencial fusão com a Marfrig que criaria um dos maiores produtores de carne do mundo.
As fontes ouvidas pela agência, que pediram anonimato para discutir as deliberações confidenciais, disseram que os 10 diretores da BRF não aprovaram por unanimidade as negociações exclusivas com a Marfrig.
As ações de frigoríficos, como a JBS (JBSS3) buscam recuperação após a queda na véspera após o ministério da Agricultura suspender a exportação de carne bovina para a China depois do caso de vaca louca em um animal em Mato Grosso.
O Minerva (BEEF3) informou ontem à noite em comunicado ao mercado que realiza exportações para a China somente por meio de sua unidade de Barretos (SP), que conta com capacidade diária de abate de 840 cabeças.
“Entretanto, sua capacidade em atender a demanda chinesa através de sua subsidiária Athena Foods é 6,7 vezes maior, contando com 3 plantas de abate no Uruguai, com capacidade total de 3.200 cabeças/dia e a planta de Rosário na Argentina, a qual possui capacidade diária de abate de 2.400 cabeças”, ressaltou.
A empresa avalia que a suspensão das exportações brasileiras é “temporária e deverá ser retomada em um curto espaço de tempo”.
Copasa (CSMG3) e Sabesp (SBSP3)
As empresas de saneamento, principalmente as que estão no radar para serem privatizadas, sobem forte em meio a uma corrida entre Câmara e Senado para aprovar a Medida Provisória que atualiza o Marco Legal do Saneamento Básico.
No Senado, foi aprovado na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) o relatório do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que analisa o projeto apresentado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para substituir a Medida Provisória (MP) 868/2018, que perdeu a validade ontem.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pode pôr em votação o projeto de lei da Casa, com proposta apresentada pelo deputado Fernando Monteiro (PP-PE).
Questionado sobre o fato de que a Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou na manhã desta terça um projeto sobre o mesmo tema, o presidente da Câmara respondeu que o resultado dependerá de qual Casa aprovar o texto antes. “Quem votar primeiro, votou primeiro”, disse Maia. Ele também sinalizou que não vai esperar um acordo entre os líderes da Câmara para pautar o projeto no plenário. “Não vai ter acordo nunca”, respondeu.
O projeto aprovado no Senado recupera o conteúdo da MP do Saneamento com alterações feitas na comissão por onde passou a medida, que perdeu a validade na segunda. Um dos pontos polêmicos é o dispositivo que acaba com os chamados contratos de programa, firmados entre Estados e municípios e que permitem a operação do sistema apenas por empresas públicas. Pelo projeto, os serviços passam a ser prestados por meio de contratos de concessão, disputados também pela iniciativa privada.
Hypera (HYPE3)
O Ministério Público Federal (MPF) informou a decisão de rescindir o acordo de colaboração premiada firmado por Nelson José de Mello, ex-diretor de relações institucionais da então Hypermarcas, agora Hypera. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, vai analisar a homologação da decisão.
O MPF afirma que o então colaborador descumpriu o compromisso de dizer a verdade, apresentando informações falsas ou “omitindo fato penalmente relevante praticado por ele”.
Light (LIGT3)
A companhia de energia elétrica Light pretende reduzir de nove para seis o número de diretores da companhia, extinguindo os cargos de diretor de comunicação, diretor jurídico e diretor de desenvolvimento de negócios e relações com investidores. A votação em Assembleia Geral Extraordinária está prevista para hoje.
Ainda segundo a empresa, será proposta a alteração das atribuições atinentes ao cargo de diretor presidente para incluir atribuições próprias do cargo de diretor de desenvolvimento de negócios e relações com investidores, bem como otimizar e aprimorar as atribuições dos cargos dos demais diretores.
Aliansce (ALSC3) e Sonae Sierra (SSBR3)
Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (4) para esclarecer notícia da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Aliansce informou que os termos definitivos da fusão com a Sonae Sierra ainda estão pendentes de aprovação e adequada formalização pelos Conselhos de Administração de ambas as companhias.
Mais cedo, Lauro Jardim havia informado que as companhias tinham fechado a fusão nesta madrugada, formando assim a segunda maior empresa de shopping centers do Brasil.
De acordo com a coluna, a Aliansce teria 65% da nova empresa e a Sonae ficaria com 35% da participação. Em meio à notícia, os papéis ALSC3 chegaram a subir 4,21% e os ativos SSBR3 chegaram a ter alta de 4,59%.
Segundo a Aliansce não é possível confirmar, neste momento, a participação final dos acionistas de cada uma das companhias na companhia combinada e nem mesmo a formalização da operação.
“A companhia manterá seus acionistas e o mercado informados e voltará a comentar o assunto, caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado, na forma da lei e da regulamentação da CVM”, finalizou no documento.
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Via Varejo (VVAR3) e GPA (PCAR4)
Os acionistas da Via Varejo, controlada pelo GPA, aprovaram ontem a alteração do estatuto social da companhia, retirando a “poison pill”, que obrigava os interessados na aquisição da companhia – à venda desde o final de 2016 – a adquirirem 100% das ações numa eventual oferta.
Com essa modificação, a expectativa é de que a venda finalmente possa ocorrer, já que o desembolso pela participação do GPA, de 36,27%, ficaria mais acessível aos interessados.
J&F e Alpargatas (ALPA4)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo sancionador em que acusa a J&F, holding controladora da JBS, de “omitir e prestar informações inconsistentes ao mercado”, diz o Valor Econômico. A acusação apontou que já havia tratativas de negociação quando o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem sobre o assunto, o que foi negado pela J&F.
“Não só a J&F falhou em esclarecer imediatamente as informações que fugiram do seu controle, bem como divulgou informações diametralmente opostas à verdade dos fatos”, diz o documento da CVM. O caso pode ir à julgamento com penalidades de até R$ 500 mil.
Vale (VALE3)
A sessão foi de ganhos para os preços do minério, o que repercutiu nos papéis da Vale. No radar da companhia, o Governo incluiu 141,7 milhões de debêntures emitidas pela Vale e detidas em programa de desestatização, de acordo com decreto publicado no Diário Oficial. O BNDES será responsável pelo processo de execução e monitoramento da venda.
Duratex (DTEX3), Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3)
Em destaque no radar de recomendações, o Goldman Sachs iniciou cobertura para Duratex, Klabin e Suzano. A recomendação para as duas primeiras empresas é neutra, com preços-alvos respectivos de R$ 10,60 e R$ 17. Já para SUZB3, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 42.
TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Oi (OIBR4)
Também entre as recomendações, a Vivo teve a recomendação elevada a neutra pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 50.
No radar do setor, o jornal Valor Econômico informa que a superintendência do Conselho de Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) aceitou os pedido das teles TIM, Vivo e Oi para apresentar argumentos contra a aquisição da Nextel pela Claro. Segundo a publicação, as concorrentes argumentam que a compra poderia prejudicar a competitividade no setor, prejudicando o mecanismo de fixação de preços e de disputas.
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)
A XP Research revisou as estimativas para as empresas aéreas para incorporar os últimos resultados trimestrais, a adoção do IFRS 16 e perspectivas macro/setoriais atualizadas.
A equipe de análise revisou o preço-alvo de AZUL4 para R$ 43,1 por ação com recomendação de compra e o de GOLL4 para R$ 29,0 por ação com recomendação neutra para os próximos 12 meses, refletindo (i) níveis mais atualizados de câmbio e petróleo e (ii) um ambiente de precificação mais benigno no segundo trimestre devido à redução de capacidade da Avianca.
“Mantemos nossa preferência relativa pelas ações da Azul, dada a menor sobreposição da empresa com outras empresas e, portanto, menor suscetibilidade à concorrência”, aponta a XP.
(Agência Estado, Bloomberg e Agência Senado)
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