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SÃO PAULO – A Braskem (BRKM5) reportou um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões (ou US$ 677 milhões) no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 1,3 bilhão do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2021 até então, a companhia lucrou R$ 13,4 bilhões (US$ 2,5 bilhões), ante prejuízo de R$ 7,5 bilhões em igual intervalo de 2020.
A diferença se dá, em grande parte, pela melhora da receita líquida, que ficou em R$ 28,2 bilhões entre julho e setembro, valor 77% maior do que os R$ 15,9 bilhões registrados no terceiro trimestre de 2020. O crescimento do faturamento se deu, segundo a companhia, pela melhora dos spreads internacionais dos seus principais químicos.
Apesar de a receita quase dobrar, a Braskem conseguiu ainda “segurar” suas despesas. Os gastos com produtos vendidos avançaram 20%, para R$ 19,9 milhões. Os com vendas foram de R$ 543,6 milhões, ante R$ 482,1 milhões entre julho e setembro do ano passado. As despesas gerais e administrativas cresceram mais, saindo de R$ 445,6 milhões para R$ 642,9 milhões, mas ainda longe do crescimento registrado pela receita.
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A margem operacional avançou, com isso, para 27%, ante 23% no terceiro trimestre de 2020. O resultado operacional recorrente foi de R$ 7,6 bilhões, crescendo 109% na base anual.
Na comparação trimestral, a Braskem reportou, porém, um resultado operacional decaindo cerca de 17%. Explicado, segundo a companhia no documento publicado na noite desta terça-feira (9), por conta dos menores spreads internacionais de resinas brasileiras e pelo menor volume de vendas de polipropileno nos EUA e na Europa.
Com volatilidade do câmbio, Gastos da Braskem com hedge aumentam
Ainda de olho no resultado consolidado da petroquímica, a registrou um resultado financeiro líquido negativo em R$ 2,2 bilhões, ante prejuízo de R$ 1,7 bilhões no terceiro trimestre de 2020, com destaque para as maiores gastos cambiais, que aumentaram 41%, para R$ 1,6 bilhão, por conta de instrumentos financeiros derivativos utilizados para bancar insumos e produtos utilizados em sua produção.
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Apesar dos maiores gastos financeiros, a Braskem, excluindo a Idesa, reduziu sua dívida líquida de R$ 5,7 bilhões em setembro de 2020 para R$ 4 bilhões no último mês nove. A alavancagem da companhia, medida pela relação do Ebitda pelo endividamento, ficou em um múltiplo de 0,83, ante 4,98 em igual período do ano passado.
Brasil continua responsável por maior parte do resultado operacional, mas EUA e Europa avançam
O Brasil continua responsável pela maior parte da receita da Braskem, responsável por 48% do arrecado. A participação do país no terceiro trimestre de 2020, entretanto, era de 56%, e no fim de junho deste ano, de 51%. Estados Unidos e Europa, do outro lado, saltaram, levando em conta a mesma linha do tempo, de 25% para 32% e, agora, 33%.
Análise
O Morgan Stanley avalia que os spreads estão se normalizando gradualmente, mas que a forte geração de fluxo livre de caixa (FCF) deve levar a um pagamento saudável de dividendo no futuro.
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O Ebitda ajustado de US$ 1,455 bilhão no terceiro trimestre foi o segundo recorde da empresa consecutivo, um sinal da normalização do spread, segundo o Morgan Stanley. O banco diz que a principal mensagem sobre suas diretrizes (“guidance” em inglês) para o quarto trimestre de 2021 é que a empresa espera avanço do processo de normalização do spread em todos os locais, em níveis que devem continuar, no entanto, acima da média histórica.
O fluxo livre de caixa (FCF em inglês) ficou em US$ 765 milhões, que o banco aponta como uma das mais altas que tem registradas. O endividamento continua a recuar, apoiado pelo Ebitda recorde nos trimestres anteriores.
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