Brasileiros negociaram R$ 154 bi em criptomoedas em 2022, queda de 24% no ano

Segundo relatório da Receita, declarações com criptoativos de 2021 haviam ficado na casa dos R$ 204 bilhões

Paulo Barros

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O “inverno cripto” que abalou o mercado em 2022 resultou em uma queda de 24,3% no volume de operações realizado por brasileiros, segundo dados apurados pela Receita Federal. O ano passado encerrou com um montante total de R$ 154,4 bilhões em transações declaradas por investidores, contra pouco mais de R$ 204 bilhões em 2021.

Ainda assim, o número ficou 40% maior do que em 2020, ano que marcou o início do ciclo de alta do Bitcoin (BTC), que disparou cerca de 500% em nove meses, de US$ 4 mil em março para mais de US$ 20 mil em dezembro. Naquele ano, a Receita registrou movimentações de cerca de R$ 91,7 bilhões.

2022 ainda registrou volume 82% maior do que em 2019, ano em que o governo brasileiro começou a exigir a declaração de operações com criptoativos – na época, os reportes somaram R$ 27,9 bilhões em cinco meses.

O volume em criptomoedas movimentado por brasileiros em 2022 acompanhou as crises do setor, com o pico mensal de R$ 17 bilhões alcançado em maio. Naquele mês, o mercado iniciou forte crise após o colapso do projeto Terra/Luna, que fez evaporar pelo menos US$ 40 bilhões após duas criptos irem a zero.

O mês com o menor volume de operações foi dezembro, com R$ 10,8 bilhões declarados à Receita, refletindo a falência da corretora FTX, em novembro.

O relatório da Receita Federal inclui operações reportadas por corretoras de criptomoedas com sede no Brasil, além de declarações individuais feitas por pessoas e empresas a cada mês, para fins de apuração de imposto sobre ganho de capital. Desde 2019, é preciso declarar ganhos mensais acima de R$ 35 mil e recolher a partir de 15% de imposto para lucros abaixo de R$ 5 milhões.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas