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SÃO PAULO – O Brasil ainda é a maior bolsa entre os países emergentes, mas isso pode mudar em poucos anos, afirmou Richard Bentley, vice-presidente de Capital Markets da Progress Software, em entrevista à InfoMoney nesta segunda-feira (26). Durante o evento TradeTech Brazil, Bentley lembrou que o mercado brasileiro é muito promissor, e deve continuar crescendo – mas pode ser que esteja abaixo de México e China durante alguns anos.
“O México é bastante agressivo. Não existe um imposto similar ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) por lá, e o próprio país tem grandes aspirações de ter uma bolsa mais significativa”, disse Bentley. Por aqui, sobra esse tipo de imposto, recentemente elevados para impedir a entrada de mais capital estrangeiro no Brasil, e a subsequente alta do dólar. O imposto não é a única restrição existente no mercado brasileiro, mas é o grande impedimento visto por Bentley.
“O IOF é uma barreira para a entrada de capital no Brasil, mas não é totalmente impeditiva”, afirmou. Outros países tem barreiras mais importantes e podem crescer justamente com a retirada desses obstáculos. Esse é o exemplo da China, que vê o Partido Comunista reduzir aos poucos as dificuldades para a entrada de capitais ou à vendas a descoberto. “Eles se tornarão grandes em breve”, ressaltou Bentley.
Crescimento no mercado nacional
O crescimento, porém, é inevitável. “Há sempre razões para otimismo”, disse o executivo. “A BM&FBovespa (BVMF3) está interessada em aumentar as negociações. Já foram investidos mais de R$ 500 milhões nos últimos anos para melhorar a plataforma de negociações, transformar em estado de arte. A bolsa quer crescer”, disse. Boa parte desse avanço entre os investidores pode se realizar no segmento de HFT (High Frequency Trading) – especialização da Progress. Bentley cita a disparidade entre o mercado norte-americano e o nacional. No primeiro, mais de 50% das operações são de HFT; por aqui, apenas 20%.
Os investimentos servem para reduzir problemas em situações de trades rápidos e frequentes, como a demora no envio de ordens, e alguns erros já cometidos por outras nações podem ser evitados. “Muitas vezes se exibe com orgulho o pioneirismo. Há muitas vantagens em não ser primeiro, em ser segundo. Erros que não cometemos; o aprendizado mais rápido”, finaliza o inglês.