Brasil deve recuperar posto de 8ª maior economia após sete anos

Desde 2017, Brasil não ficava entre as oito maiores economias globais

Rodrigo Petry

Publicidade

Após os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) publicados pelo IBGE, nesta terça-feira (4), o Brasil deverá recuperar neste ano o posto de oitava maior economia global, de acordo com estimativas da Austin Rating, com projeções do FMI.

Neste ano, o PIB brasileiro deve terminar nos US$ 2,331 bilhões, fazendo com que o Brasil ultrapasse a Itália, que recuaria para nono. Para 2025, a projeção é de que o Brasil se mantenha na oitava posição, com um PIB de US$ 2,437 trilhões.

“O Brasil perderia o oitavo lugar para a Itália apenas caso o crescimento estimado para esse ano pelo Focus de 2,05% (publicado nessa semana) ficasse menor, bem abaixo disso; e o da Itália que está estimado em 0,7% ficasse bem acima disso”, disse ao InfoMoney, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Além disso, o quadro, de oitavo lugar, não se confirmaria caso o real e o euro apresentarem uma diferença de paridade de conversão entre as moedas muito grande uma com a outra, daqui para frente.

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

“Aí, sim, o Brasil teria uma chance de perder a posição pra Itália, até porque a diferença entre os países é muito pequena, de pouco mais de 3 bilhões de dólares”, compara, lembrando o PIB dos países está na casa dos trilhões de dólares.

Continua depois da publicidade

Nesse sentido, ele reforça que podem ocorrer alterações, mas que, por enquanto, “dadas as condições atuais, é pouco provável que o Brasil perca a posição para Itália”.

Brasil deve crescer em ranking mundial de economias

Conforme o ranking elaborado pela Austin, o Brasil atingiu suas melhores colocações mais recentemente entre os anos de 2010 e 2014, quando figurava na 7ª posição.

Neste período, o PIB brasileiro perdia para os dos EUA, China, Japão e Alemanha, sempre, na ordem, as quatro maiores economias. Entre a quinta e a sexta colocação, se revezavam França e Reino Unido.

Continua depois da publicidade

Em 2015, por conta da crise econômica, o Brasil recuou para 9ª posição, a qual se manteve em 2016. Em 2017, chegou a recuperar a 8ª posição, mas retornou para 9ª posição, em 2018 e 2019.

Em 2020 e 2021, o Brasil caiu para 11ª posição e, ano passado, subiu dois degraus, ficando na 9ª posição.

Avanço da Índia

Para 2024, o quadro pouco se altera, em relação à primeira metade da década passada, quando o Brasil era a 7ª economia global, apenas com o ingresso da Índia.

Continua depois da publicidade

Assim, conforme o levantamento da Austin, estas seriam as maiores economias globais neste ano:

PaísPIB estimado*
Estados Unidos28.781,1
China18.532,6
Alemanha4.591,1
Japão4.110,5
Índia3.937,0
Reino Unido3.495,3
França3.130,0
Brasil2.331,4
Itália2.328,0
Canadá2.242,2
*Valores em trilhões de dólares projetados para 2024. Fonte: FMI, elaboração Austin Rating

PIB primeiro trimestre

O PIB brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, após ajustes sazonais.

Assim, sua soma apenas no primeiro trimestre, em reais, atingiu R$ 2,7 trilhões em valores correntes.

Continua depois da publicidade

O desempenho representou uma retomada, após a economia ter andado de lado tanto no terceiro como no quarto trimestre do ano passado.

Frente ao primeiro trimestre de 2023, o PIB cresceu 2,5%.

Comparação frente outros países

Na comparação com outros países, o Brasil ficou entre os 15 maiores crescimento porcentuais, segundo dados compilados pela Austin.

Continua depois da publicidade

Com alta de 0,8%, o Brasil foi superado por Israel (3,4%), Turquia (2,4%), Hong Kong (2,3%), Chile (1,9%), China (1,6%), Malásia (1,4%), Filipinas (1,3%), Coreia do Sul (1,3%), Arábia Saudita (1,3%), Chipre (1,2%), Tailândia (1,1%), Colômbia (1,1%), Irlanda (1,1%), Croácia (1%), Sérvia (0,8%) e Lituânia (0,8%).

“De modo geral, no ranking global do PIB, o Brasil se posicionou bem, considerando as economias emergentes. De alguma forma, o resultado acabou surpreendendo, acho que a média no mercado”, disse.

No entanto, Agostini ressaltou que o Brasil poderia estar melhor posicionado “se não fosse a condição fiscal atual, que ainda é bastante preocupante”.

“Isso gera uma certa cautela por parte dos agentes econômicos”, finalizou.