Bradesco: Itaú BBA vê BBDC4 barato e eleva a compra após balanço; ações sobem 3%

Ações do banco saltaram cerca de 8% na véspera após resultados do 2T24

Felipe Moreira

Banco Bradesco (Divulgação)
Banco Bradesco (Divulgação)

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Um dia após as ações do Bradesco (BBDC3;BBDC4) saltarem de cerca de 8% com resultado acima das expectativas do mercado, o Itaú BBA decidiu elevar a recomendação do ativo BBDC4 de equivalente a neutro para compra. A ação ordinária BBDC3 subiu 3,42%, cotados a R$ 12,69, e BBDC4 avançou 3,31%, a R$ 14,06.

O banco também traçou um novo preço-alvo de R$ 16,50 ao final de 2025, o que implica em potencial valorização de 21% em relação ao último fechamento.

O BBA comenta que Bradesco passou por um período desafiador durante o qual perdeu participação de mercado em volumes de crédito e que os números divulgados ontem confirmaram que as novas ações da gestão estão gerando frutos em relação ao crescimento lucrativo da carteira de crédito.

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Além disso, segundo os analistas, a proposta de valor está sendo ajustada, tornando o banco pronto para capturar os benefícios de um ciclo de crédito ao consumidor melhor.

Eles ainda destacam que os esforços de eficiência também estão no caminho certo para eventualmente ajudar nos lucros, dado o desempenho sólido na otimização de infraestrutura e pessoal.

Para o segundo semestre de 2024, o BBA espera um crescimento contínuo dos lucros, fortalecendo a credibilidade da gestão. Com base nisso, o banco elevou as estimativas para o Bradesco pela primeira vez em anos, confirmando que o ativo está verdadeiramente descontado em cerca de 0,8 vez o preço em relação ao valor patrimonial (Preço/Valor Patrimonial) para 2025 e de 6 vezes o preço em relação ao lucro (Preço/Lucro).

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Com relação ao risco, alguns investidores podem estar preocupados que a aceleração de créditos de risco aumentará a inadimplência em breve. No entanto, o BBA não acredita que isso deva acontecer nos próximos trimestres.

O cenário macro do Brasil é favorável ao crédito ao consumidor, dada a baixa taxa de desemprego recorde e o crescimento significativo da massa salarial real. O banco também se beneficiará de um impulso de R$ 1 a 1,5 bilhão da recuperação de crédito da Loj. Americanas, que pode ser usado para aumentar a cobertura ou os lucros.

A Genial Investimentos também reiterou recomendação de compra para o Bradesco com preço-alvo de R$ 17, uma vez que o resultado do 2T24 revela uma recuperação em relação ao trimestre anterior (1T24), com perspectivas otimistas para os próximos períodos.

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Segundo a Genial, o desempenho positivo foi impulsionado pela melhoria no ciclo de crédito, pelo aumento na receita de juros com clientes e pela continuidade da execução do plano estratégico.

Embora o 2T24 possa ter marcado um ponto de inflexão para o Bradesco, o Goldman Sachs acredita que ainda há incertezas quanto à capacidade do banco de continuar expandindo sua carteira de maneira eficaz em termos de custo e risco no médio prazo. Com isso, manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 14.

O Goldman elevou a previsão de lucro líquido recorrente em 9% em 2024, atingindo R$ 19,5 bilhões, principalmente porque incorpora as despesas com provisões menores do que o esperado no trimestre. Dessa forma, agora espera R$ 32 bilhões em provisões para o ano completo de 2024, abaixo do piso da orientação de R$ 35 a 39 bilhões. No entanto, as menores provisões são parcialmente compensadas por uma menor margem financeira líquida, que agora implica uma contração de 1% em 2024.

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O banco americano ainda explica que a ação está sendo negociada a 0,9 vez o P/VPA (preço sobre valor patrimonial) estimado para 2024, após o aumento de 8% de ontem, devido à rentabilidade pressionada.

Já o UBS BB reiterou recomendação de compra para o Bradesco, pois acredita que a recuperação pode continuar, com a rentabilidade do banco alcançando seu custo de capital próprio no terceiro trimestre de 2025. O banco também elevou preço-alvo de R$ 18 para R$ 19.

Segundo UBS BB, o Bradesco apresentou resultados sólidos no 2T24, combinando boas tendências de qualidade de ativos e um resultado operacional robusto. Mesmo considerando o cenário macroeconômico desafiador, as ações do Bradesco registraram uma recuperação significativa (com alta de aproximadamente 8% na sessão de negociação após os resultados).