Bradesco (BBDC4) lucra R$ 4,62 bilhões no terceiro trimestre, queda de 11,5%

O lucro líquido contábil do banco também foi de R$ 4,62 bilhões, mas com recuo de 11,3% ano a ano.

Ana Paula Ribeiro

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O Bradesco (BBDC4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,621 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), queda de 11,5% na comparação com igual período de 2022. O resultado ficou dentro da média da LSEG, que projetava lucro de R$ 4,68 bilhões.

O lucro líquido contábil do banco também foi de R$ 4,62 bilhões, mas com recuo de 11,3% ano a ano.

A carteira de crédito ficou em R$ 877,5 bilhões, praticamente estável em relação ao terceiro trimestre de 2022 (leve variação negativa de 0,01%). O desempenho está abaixo das projeções do banco. A expectativa era que o total de empréstimos tivesse um incremento entre 1% e 5%.

A inadimplência (atrasos acima de 90 dias) ficou em 5,6% no terceiro trimestre, alta de 1,7 ponto percentual em 12 meses e queda de 0,1 ponto na comparação com o segundo trimestre.

Por segmento de cliente, a pior situação está na carteira destinada a pequenas e médias empresas, com inadimplência de 7,2%, ante 7% no trimestre anterior e 4,5% em igual período de 2022.

Em relação às pessoas físicas, os atrasos acima de 90 dias representam 6,6% da carteira. A taxa era de 5,1% há 12 meses.

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Já entre as grandes empresas, a taxa de inadimplência em um ano passou de 0,1% para 0,6%.

Provisões em alta

Para lidar com a alta dos calotes, o banco registrou uma despesa com as provisões para devedores duvidosos (PDD) de R$ 9,2 bilhões no terceiro trimestre, alta de 26,4% na comparação com igual período do ano passado. Já no acumulado do ano até setembro, a PDD somou R$ 29 bilhões, alta de 66,6%.

O banco destaca que, na comparação com o segundo trimestre, houve uma redução dessa despesa de 10,9%, o que indica que as safras mais recentes (empréstimos concedidos há menos tempo) possuem uma qualidade melhor.

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“Em um ambiente ainda pressionado pelo cenário econômico, as despesas do trimestre seguem concentradas nas safras mais antigas. As safras de crédito mais novas demonstram resultados positivos, em consonância com as novas estratégias de crédito adotadas”, de acordo com o relatório de resultados do Bradesco.

Enquanto a qualidade da carteira de crédito do Bradesco resiste em apresentar uma melhora, o banco viu um aumento nas receitas com prestação de serviços.

Elas totalizaram R$ 9,1 bilhões no trimestre, alta de 2,9% na comparação anual. As receitas com rendas de cartão, mas mais significativas, subiram 2,2%, para R$ 3,7 bilhões. Já as relacionadas à conta corrente caíram 9,5%, para R$ 1,7 bilhão. Um dos destaques foi o crescimento da linha de administração de consórcios, com alta de 23,3%, para R$ 525 milhões.

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A margem financeira do banco ficou em R$ 15,859 bilhões, queda de 2,5% na comparação com igual período do ano passado, em especial devido às operações com clientes.

“A margem com clientes apresentou queda (…) devido ao mix de produtos e menores spreads, o que reflete o foco na qualidade das concessões com maior discriminação do risco de nossas operações”, explicou a instituição.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou em 11,3%, queda de 1,7 ponto percentual na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.