Bradesco (BBDC4): aprovação de crédito cresce, mas ainda está longe do pré-pandemia

"Estamos seguros em relação ao que fazemos e em linha com o mercado. Com uma mudança maior do macro, podemos ajustar esse apetite ao risco”, afirma CEO do banco

Mitchel Diniz

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Por trás do crescimento anual de 5% da carteira de crédito do Bradesco (BBDC4), que atingiu R$ 912,1 bilhões no segundo trimestre de 2024, ainda há uma abordagem conservadora do banco em relação a empréstimos.  No período, o banco liberou R$ 84 bilhões em créditos, sendo R$ 34 bilhões em canais digitais. 

Em junho passado, a taxa de aprovação de crédito do Bradesco havia crescido 25,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período em 2023. A evolução foi de 26,8 pontos percentuais na pessoa física e de 17,1 pontos na jurídica. O crescimento, porém, ocorre em cima do nível mais baixo de aprovação do ano passado e a taxa ainda está 16% abaixo da média de 2019, antes da pandemia. 

“São indicadores que mostram que ainda estamos conservadores”, afirmou Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, em coletiva de imprensa. Mais tarde, na teleconferência com analistas, ele reforçaria esse posicionamento. “Estamos com apetite moderado, pé no chão. […] Estamos com segurança em relação ao que estamos fazendo e em linha com o mercado. Com uma mudança maior do macro, podemos ajustar esse apetite ao risco”. 

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Projeção de crescimento está mantida

A margem com clientes do Bradesco ficou em R$ 15,3 bilhões no segundo trimestre. Houve um crescimento de 5% em relação aos três primeiros meses do ano, mas, na comparação anual, recuou 8,4%. E ainda que a margem financeira total do banco tenha caído 7,5% no primeiro semestre, em bases anuais, o Bradesco espera fechar 2024 com um crescimento entre 3% e 7%.  

Noronha explica que o crescimento do segundo trimestre ainda vai se refletir no terceiro. “O crescimento do terceiro também se materializa no quarto e assim sucessivamente. Então a gente imagina crescer ainda mais ‘tri contra tri”, afirma.

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Marcelo Noronha, CEO do Bradesco (Foto: Cacalos Garrastazu/Febraban)

O CEO lembrou que os analistas estavam céticos quanto ao desempenho do banco. “Diziam que não tínhamos tração e agora estão convencidos de que temos sim”, diz Noronha. 

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Bradesco no 2º trimestre de 2024

O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,716 bilhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), alta de 12% na comparação com trimestre anterior e de 4,4% na base anual, informou o banco nesta manhã de segunda-feira (5). O resultado veio acima das projeções de analistas compiladas pelo LSEG, que apontavam R$ 4,378 bilhões.

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De acordo com balanço, o resultado foi impulsionado por menores despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), aumento de margem financeira, receita de serviços e resultado das operações de seguros.

O Bradesco teve retorno sobre patrimônio líquido (ROAE) de 11,4% no 2T24. A margem do banco com clientes líquida de PDD, teve alta de 25,7% em um ano, para R$ 8 bilhões.

Já as despesas de PDD expandida caíram 29,3% em um ano, para R$ 7,3 bilhões. A inadimplência era de 4,3%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, baixa de 1,4 ponto percentual (p.p.) em um ano.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados