Bradesco (BBDC4): após subir 26% em agosto, ânimo continuará? Mercado eleva otimismo

Mais analistas têm recomendação de compra para os ativos, ainda que maioria siga com recomendação neutra ou equivalente para ações do banco

Lara Rizério

Logo do Bradesco 01/12/2021 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração
Logo do Bradesco 01/12/2021 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

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O fôlego para o Bradesco (BBDC3;BBDC4) vai continuar? Após as ações subirem 26% em agosto, a visão de analistas para o banco, que tem apresentado um movimento de recuperação após vários resultados bastante fracos, segue positiva.

No início de agosto, de acordo com compilação feita pelo LSEG com casas que cobrem as ações BBDC4 (mais líquidas), havia apenas 2 recomendações de compra dos analistas, enquanto 11 recomendações eram neutras. Já no início de setembro, havia 5 recomendações de compra e 7 recomendações neutras. Por mais que a visão cautelosa permaneça, há um movimento mais positivo do mercado para as ações, principalmente após o resultado do segundo trimestre de 2024, no início de agosto.

No mês passado, o Itaú BBA e o Goldman Sachs elevaram a recomendação das ações para equivalente à compra após o balanço do banco.

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Para a equipe de análise do BBA, o Bradesco passou por um período desafiador durante o qual perdeu participação de mercado em volumes de crédito, enquanto os últimos números divulgados confirmaram que atuação da gestão está gerando frutos em relação ao crescimento lucrativo da carteira de crédito. Para o segundo semestre de 2024, o BBA espera um crescimento contínuo dos lucros, fortalecendo a credibilidade da gestão. A equipe de análise elevou as estimativas para o Bradesco pela primeira vez em anos.

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O Goldman Sachs destacou que os números foram melhores do que o esperado, vê que a qualidade dos ativos é um vento favorável e a inflexão no NII (margem financeira) do cliente é um sinal positivo. Para os analistas, há recuperação cíclica e primeiros sinais de melhoria estrutural. “Acreditamos que o banco está no caminho certo para entregar ROE [retorno sobre o patrimônio líquido] pelo menos em linha com seu custo de capital nos próximos trimestres, à medida que o crescimento dos empréstimos acelera, a margem líquida de juros (NIM) se expande e a qualidade dos ativos melhora”, avaliou o Goldman.

O JPMorgan, por sua vez, reiterou no fim de agosto recomendação equivalente à compra e elevou o preço-alvo de R$ 18 para R$ 20. No início do mês, logo após o resultado, o UBS BB também elevou o preço-alvo, mas de R$ 18 para R$ 19, mantendo recomendação de compra.

Já neste início de mês, o JPMorgan se reuniu com a equipe de Relações com Investidores do Bradesco, André Carvalho e Eduardo Poterio. O JPMorgan avalia que a mensagem continua que a melhora do ROE do Bradesco será gradual e agora impulsionada pela inflexão das receitas, já que o custo do risco tem menos espaço para cair dos níveis atuais.

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“Embora as taxas de juros sejam importantes e a equipe de RI tenha sinalizado ser menos otimista em relação ao NII do mercado (o que não é uma surpresa), continua a ver uma recuperação do NII do cliente. Notavelmente, estão otimistas com a originação de novos empréstimos, principalmente para pessoas físicas – embora permaneçam cautelosos em alguns segmentos”, apontam os analistas.

Despesas gerais e administrativas mais baixas podem ser um lado positivo para os próximos anos, já que o Bradesco continua a revisar sua exposição.
“Além disso, o Bradesco está realizando várias iniciativas, incluindo parcerias (por exemplo, Atlântica e Rede D’Or, John Deere), investindo em digital e integrando novos executivos, o que deve contribuir positivamente para os resultados”, apontam os analistas do JPMorgan, afirmando seguirem positivos em relação ao Bradesco.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.