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Na esteira da divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), o Bradesco (BBDC4) anunciou um novo (e bastante esperado) plano estratégico após a mudança de comando no banco, com um horizonte de cinco anos.
A instituição financeira informa que a nova estrutura organizacional prevê redução de níveis hierárquicos, com maior autonomia dos executivos, visando menor complexidade e mais agilidade na tomada de decisão.
Depois que Marcelo Noronha substituiu Octavio de Lazari Junior no cargo de CEO, alguns diretores deixaram o banco. Noronha vê um custo de operações menor com as diretorias atuais.
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“A gente acabou com alguns cargos de diretoria e encurtou camadas hierárquicas. A gente quer criar sucessão, potencializar talentos, mas acabou a vinculação de cargo e função. Um diretor executivo pode responder a mim ou tocar uma unidade específica. A gente está reduzindo o nosso grupo de diretores mesmo fazendo reconhecimentos e promoções. A comunicação vai ser mais fluida”, afirmou Noronha em apresentação dos resultados aos jornalistas na sede do Bradesco na Cidade de Deus, município de Osasco, na grande São Paulo. O banco informa que, com a reestruturação, vai trazer executivos de mercado para cargos “c-level”.
Com o novo plano, o Bradesco quer aumentar market share (participação de mercado) do crédito expandido a cerca de 15% a 19% e apontou que quer acelerar a transformação em segmento alta renda e estabelecer novas iniciativas em pequenas e médias empresas, crédito e varejo digital.
O banco reiterou a necessidade de retomar a rentabilidade, com maior potencial do varejo.
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Com relação ao 4T23, o CEO ressaltou que o Bradesco fez reforço de provisão para dois casos do banco de atacado. “São dois outros casos que agravamos, um que agravamos um pouco maior que o outro de forma conservadora, por isso nosso lucro líquido recorrente foi para R$ 2,9 bilhões”, afirmou Marcelo Noronha, em sua primeira coletiva de imprensa sobre resultados do executivo que substituiu Lazari no comando. O lucro do Bradesco teve alta de 80,4% em relação ao mesmo período de 2022, mas queda de 37,7% frente ao terceiro trimestre do ano passado e abaixo das previsões de analistas.
O resultado foi marcado por uma despesa com provisão para inadimplência de R4 10,52 bilhões, menor do que um ano antes (R$ 14,881 bilhões), mas acima dos R$ 9,19 bilhões do terceiro trimestre. Em release de balanços, Noronha afirmou que 2024 será um ano de transição. “Estamos absolutamente confiantes em nossa capacidade de execução das novas iniciativas, que vão elevar o potencial de lucratividade nos próximos anos”.
O CEO reiterou em coletiva ter uma boa expectativa para a margem com mercado em 2024 e que pode “afirmar com todas as letras” que o Bradesco controlou a inadimplência.
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Noronha destacou o crescimento de 5,6% do segmento no quarto trimestre, para R$ 2,5 bilhões, e de 32,2% no acumulado do ano, para R$ 8,9 bilhões. Por outro lado, admitiu que algumas linhas da receita de serviço estão sob pressão. “As anuidades de cartão foram ficando pela caminho com novos entrantes e a as proprias correntes, sem nenhum tipo de cobrança. Há desafios na receita de prestação de serviços, mas temos que continuar crescendo”, afirmou.
Norte após 2023 desafiador
“2023 foi desafiador, não foi o resultado que queríamos entregar”, ressaltou. “A gente não vira a chave de um trimestre para o outro mas temos um norte muito forte com o nosso novo plano. Consideramos 2024 como um ano de transição”, complementou o executivo, que vê uma possível recuperação do ROE (retorno sobre o patrimônio) para acima do custo de capital em 2026.
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Neste sentido, sobre o plano estratégico, Noronha citou que foi revisada a métrica de iniciativas. “Vimos que algumas a gente deveria continuar tocando, com ou sem suporte de consultoria. Outras, vimos que elas em si, eram importantes, mas o como fazer não estava definido e precisamos revisar metas, com novas ambições e objetivos. E a gente inseriu novas iniciativas a partir desse diagnóstico”, afirmou.
(com Reuters)