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O Bradesco (BBDC3;BBDC4) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 6,613 bilhões no balanço do quarto trimestre do ano passado, representando uma queda de 2,8% sobre o mesmo período de 2020.
Segundo consenso da Reuters, a expectativa era de um lucro de R$ 6,919 bilhões. O lucro contábil somou R$ 3,170 bilhões, significando uma queda de 42% na comparação anual.
Quando a comparação é entre o quarto e o terceiro trimestres do ano passado, o lucro recorrente recuou 2,3% e o contábil caiu 52,3%.
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Ao longo do ano passado, o banco teve um lucro contábil de R$ 21,945 bilhões, cifra 32,6% superior à registrada no ano de 2020, enquanto o recorrente avançou 34,7%, a R$ 26,215 bilhões.
Fatores da queda do lucro do Bradesco
Conforme o relatório que acompanha o balanço, o banco registrou um aumento de 32,3% na linha de gastos com com IR e CS, na comparação entre os quartos trimestres de 2021 e 2020, somando R$ 3,593 bilhões.
Já nos gastos não recorrentes, que puxaram a queda do lucro contábil, o Bradesco reportou cifra de R$ 3,443 bilhões, ante R$ 1,337 bilhão de um ano antes.
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Isso refletiu, basicamente, a linha de “Realização/Reclassificação de Inst. Financeiros”, o que inclui o resultado da reclassificação de TVMs da carteira de “disponíveis para venda” para “negociação”, e giro no mercado de instrumentos financeiros.
Esses gastos somaram R$ 1,881 bilhões no quarto trimestre do ano passado; um ano antes, o banco não reportou esse tipo de gasto.
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Lucro recorrente trimestral do Bradesco:
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 8,864 bilhões no 4T21, aumento de 1,7% na comparação ano a ano.
A Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) expandida foi de R$ 4,283 bilhões no trimestre, melhora de 6,2% na comparação com igual trimestre de 2020.
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PDD / Operações de Crédito Expandida:
A margem financeira total atingiu R$ 16,962 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, incremento de 1,8% em relação ao mesmo período de 2020.
Segundo o Bradesco, o bom desempenho das receitas com a margem financeira com clientes e prestação de serviços, aliadas às menores despesas com PDD e eficiente controle dos custos, contribuíram para o forte crescimento do lucro no ano.
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O retorno sobre patrimônio líquido médio (ROAE) atingiu 17,5% no quarto trimestre de 2021, queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2020.
ROAE Acumulado e trimestral do Bradesco:
Os ativos totais somaram R$ 1,695 trilhões no quarto trimestre de 2021, crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano imediatamente anterior.
O patrimônio líquido do Bradesco cresceu 2,4% no 4T21, atingindo 147,121 bilhões.
Next
O Banco atingiu a marca de 74,1 milhões de clientes, crescimento 3,9% na comparação com 2020.
Já o banco digital Next encerrou 2021 com 10 milhões de clientes, alta 170% em relação ao ano anterior. A carteira de crédito do Next aumentou 84% em 12 meses, enquanto o volume transacionado também subiu 84% em 12 meses.
Enquanto isso, o Bradesco fechou 448 agências ao longo de 2021, encerrando o ano com 2.947 agências. Por outro lado, adicionou 2.008 pontos de atendimentos no ano passado, totalizando 81.900 pontos de atendimentos.
Projeções para 2022 do Bradesco
Junto com os resultados do balanço, o banco informou suas projeções de crescimento para 2022. São as seguintes:
- Carteira de Crédito Expandida: 10% a 14%;
- Margem com Clientes 8% a 12%;
- Receita de Prestação de Serviços 2% a 6%;
- Despesas Operacionais (Despesas de Pessoal + Administrativas + Outras Despesas Operacionais Líquidas de Receitas): 3% a 7%;
- Resultado das Operações de Seguros, Previdência e Capitalização (inclui resultado financeiro da operação): 18% a 23%;
- PDD Expandida: R$ 15 bilhões a R$ 19 bilhões.
Aumento de capital
Adicionalmente, o banco propôs elevar o seu capital social em R$ 4 bilhões, por meio de bonificação em ações, mediante a capitalização de parte do saldo da conta “Reservas de Lucros”.
O Bradesco dará bonificação aos acionistas, na proporção de 1 nova ação para cada 10 detidas, elevando, assim, o capital social do banco de R$ 83,1 bilhões para R$ 87,1 bilhões.
Análises
O Itaú BBA destacou que o Bradesco reportou resultados um pouco abaixo do esperado. Para os analistas, o lucro líquido ter vindo um pouco abaixo do consenso por si só seria bom, mas os resultados foram “menos limpos” do que o esperado (com vários itens não recorrentes) e a orientação para 2022 não foi inspiradora. O ponto médio do intervalo de orientação indica lucro líquido de R$ 28 bilhões, contra estimativa e consenso de R$ 29 bilhões.
Embora a orientação para o crescimento da carteira de empréstimos esteja bem à frente da indústria, as margens do cliente sendo mais lentas são decepcionantes. “O crescimento do lucro será mais dependente de despesas de provisão contidas”, afirma BBA.
Itaú BBA mantém avaliação outperform (desempenho acima da média) para o ativo BBDC4, e preço-alvo de R$ 28,34, frente a cotação de terça-feira (8) de R$ 22,72.
O Credit também vê o balanço como ligeiramente negativos para as ações. Além disso, durante o trimestre, o Bradesco vendeu e reclassificou títulos AFS para a carteira de negociação, resultando em uma despesa não recorrente de R$ 1,88 bilhão reconhecida no resultado.
Opex foi o principal destaque com crescimento de 12,1% na base anual, com despesas básicas e outras prejudicadas por um cenário de aumento da inflação, em que as despesas de pessoal cresceram 12,5% após a contabilização completa dos reajustes salariais.
Em relação ao guidance para 2022, o Credit Suisse diz que corrobora com visão de forte NII (receita líquida de juros) e ambiente de qualidade de ativos controlada para o Bradesco, mas o ritmo de recuperação do negócio de seguros incorporado no guidance, embora significativo, ainda está aquém das expectativas e do mercado. O lucro gerencial implícito de R$ 27,8 bilhões no ponto médio de 2022 está 6% abaixo do consenso. Isso, entretanto, não afeta as expectativas de médio e longo prazo para o Bradesco.
O banco também acredita que as perspectivas positivas para o NII e as provisões do guidance do Bradesco são uma leitura positiva para o Itaú Unibanco (ITUB4). Credit Suisse mantém avaliação outperform para Bradesco e preço-alvo de R$ 30,00.
A XP apontou que o banco teve resultado pressionado pelas maiores provisões e despesas. Apesar da Margem Financeira Bruta mais forte do que o esperado no trimestre, as maiores despesas e provisões compensaram seus ganhos, resultando em lucro líquido abaixo do consenso.
A corretora explica que o lucro foi impactado por um ajuste não recorrente de marcação a mercado que foram reclassificados de “disponíveis para venda” para “negociação”. A XP reitera sua recomendação neutra para Bradesco e preço-alvo de R$ 26.
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