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A FTX Ventures, braço de investimentos de venture capital da FTX, está no olho do furacão em meio à investigação interna conduzida pela nova administração após a corretora pedir recuperação judicial nos Estados Unidos no dia 11 de novembro. Segundo documentos do processo, as finanças da empresa demonstram um verdadeiro pesadelo organizacional.
O fundo de venture capital de US$ 2 bilhões foi aberto em janeiro deste ano e se tornou instantaneamente um dos maiores do setor cripto. Dizia-se que o capital vinha totalmente da FTX e do então CEO Sam Bankman-Fried. Novos documentos de falência afirmam, no entanto, que o funcionamento interno da FTX Ventures era, no mínimo, caótico.
A FTX Ventures participou de rodadas de financiamento para alguns dos maiores nomes em cripto, incluindo o criador do Bored Ape Yacht Club, Yuga Labs, a Circle, emissora da stablecoin USDC, além de duas captações diferentes de recursos para a blockchain Aptos.
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O colapso da FTX, que ocorreu após preocupações de liquidez e levaram a empresa a entrar com processo de recuperação judicial, levantou questões sobre esses investimentos.
O guarda-chuva da FTX cobria mais de 100 entidades legais menores, o que complica por si só a organização interna da companhia. De acordo com a papelada apresentada na quinta-feira (17) no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware, a FTX Ventures, que investia em empresas e aceitava investimentos, espalhou seus fundos entre Clifton Bay Investments LLC, FTX Ventures Ltd, Island Bay Ventures Inc e, “potencialmente, empresas afiliadas”.
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Desses grupos, a Clifton Bay Investments e a FTX Ventures foram as únicas que prepararam balanços financeiros trimestrais. E as demonstrações financeiras da Island Bay Ventures nem foram localizadas, de acordo com o novo CEO da FTX, John Ray.
Os balanços patrimoniais de 30 de setembro mostraram US$ 1,52 bilhão em ativos para a Clifton Bay e US$ 493 milhões para a FTX Ventures, a maioria categorizada como “investimentos”. A FTX Ventures tinha US$ 492 milhões em passivos totais.
Já a Clifton Bay tinha US$ 1,5 bilhão em passivos, a maioria proveniente de uma categoria chamada “contas a pagar de partes relacionadas” – ou dinheiro devido a outras entidades pertencentes à FTX. Havia quatro saldos: US$ 1,4 bilhão e US$ 68,6 milhões separados com a Alameda Research, US$ 38,5 milhões com a Alameda Ventures e US$ 2,25 milhões com West Realm Shires Services, a razão social da FTX US (braço dos Estados Unidos).
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A equipe jurídica da FTX adverte que até mesmo eles não têm certeza de que as finanças estão corretas, observando que os balanços não foram auditados, e foram produzidos enquanto Bankman-Fried estava no comando.
Amy Wu, ex-parceira da Lightspeed Ventures e que chefiou a FTX Ventures, anunciou sua renúncia na última sexta-feira (11).
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