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Os sinais de que o ambiente de negócios começou a se recuperar ao longo do segundo trimestre foram captados pelo balanço do BR Partners (BRBI11). O banco registrou lucro de R$ 38,7 milhões no segundo trimestre, 3,5% abaixo do observado em igual período do ano passado, mas 16,8% acima do resultado dos três primeiros meses do ano.
Segundo Marcelo Costa, CFO do BR Partners, houve nos últimos meses uma melhora das expectativas dos agentes econômicos, deflagrada pela combinação da definição do arcabouço fiscal, recuo da inflação e perspectiva de início de um ciclo de alívio monetário. E isso abriu caminho para a retomada do mercado de capitais e, consequentemente, melhora dos resultados.
Para se ter uma ideia, das 17 transações do banco de investimentos realizadas pelo banco no semestre, 11 aconteceram entre abril e junho. A expectativa é que essa aceleração prossiga, uma vez que as curvas de juros já estão antecipando níveis de Selic ainda mais baixos para frente. Costa observa que as taxas mais longas já apontam para um juro abaixo de 10%, enquanto as NTN-Bs (títulos públicos atrelados ao IPCA) são negociadas a um juro real abaixo de 5%.
“Nesses níveis, volta a ser interessante para os emissores voltarem ao mercado, tanto no mercado corporativo quanto no de infraestrutura”, afirma. Ao mesmo tempo, o fluxo de investimento pode migrar novamente para o mercado de crédito privado.
A receita total ficou em R$ 103,1 milhões, uma queda de 6% na comparação com igual período do ano passado. Confirmando a visão de recuperação no segundo trimestre, a receita avançou 1,6% ante o primeiro trimestre de 2023, puxada principalmente pela expansão da receita ligada aos negócios de clientes, que acelerou 24,4% na comparação com o primeiro trimestre, para R$ 73,6 milhões.
Da receita com clientes, o segmento de mercado de capitais (que abarca operações de oferta de ações, por exemplo) contribuiu com R$ 20,5 milhões, o de Treasury Sales & Structuring (soluções de tesouraria para os clientes), com R$ 16,6 milhões, e o Investment banking (fusões e aquisições e reestruturações), com uma receita de R$ 35,2 milhões.
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O retorno sobre patrimônio (ROE) do banco ficou em 19% no segundo trimestre e em 18% no semestre, nível considerado “saudável” por Costa. “Havia muitas dúvidas no início do ano se conseguiríamos manter a rentabilidade, mas conseguimos manter essa taxa”, afirma Costa. “Usados o semestre para nos preparar para capturar o salto de receita que vem pela frente.”
O segmento de reestruturação de empresas foi um dos destaques positivos, diz o executivo. O banco, que hoje participa também da reestruturação da Light, comandou sete operações dessa natureza no trimestre. Entre elas Marisa, CVC e Atvos. “É uma atividade que tem complementaridade ao negócio”, explica Costa.
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