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SÃO PAULO – Em meio a diversos casos polêmicos envolvendo pessoas próximas de Jair Bolsonaro, o Brasil voltou a ser destaque na revista britânica The Economist, que nesta semana afirma que “o presidente está quebrando sua principal promessa de campanha”.
“Se havia uma coisa que os eleitores queriam de Jair Bolsonaro quando o elegeram presidente do Brasil em outubro passado, foi para acabar com a corrupção”, diz a publicação ressaltando que foram seus ataques aos corruptos que o tornaram famoso.
“Agora, seus planos para manter sua promessa de campanha mais importante estão falhando”, continua a Economist, completando que isso pode ser dito “porque sua administração parece quase tão escandalosa quanto a que substituiu”.
A revista lembra de diversas situações que estão criando problemas para o atual governo. Entre as citações, estão o caso do filho do presidente, Flávio, que é investigado por lavagem de dinheiro, e o vazamento de mensagens pelo The Intercept, que segundo o texto mostram que Sergio Moro “colaborou indevidamente com os promotores quando ele era o juiz encarregado da investigação anticorrupção da Lava-Jato”.
Por outro lado, a Economist diz que Bolsonaro “pode reivindicar alguns sucessos”, como o andamento das reformas, mostrando que “rompeu com a prática dos presidentes anteriores de dar empregos em gabinetes em troca de apoio no Congresso”. “Até agora, essa é sua única contribuição para políticas mais limpas”, cutuca a publicação.
A matéria destaca ainda a aprovação de apenas 33% de Bolsonaro em julho, o menor resultado para qualquer presidente desde 1990 nos primeiros seis meses de cargo. Apesar disso, o texto lembra que o principal motivo apontado pelos entrevistados não é corrupção, mas sim a economia fraca, cortes de orçamento nas universidades e “comportamento imprudente”.
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Mesmo assim, a publicação diz que “até agora, os brasileiros não perceberam que a equipe dos sonhos contra a corrupção está falhando com eles”.
A Economist conclui dizendo que, apesar de algumas falhas, a Lava-Jato deu esperanças de que o Brasil poderia acabar com a cultura de impunidade. “A questão agora é se essa missão pode superar os danos infligidos a ela por seus maiores campeões”, termina a matéria.
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