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SÃO PAULO – Na noite da última segunda-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro comemorou em publicação na sua conta oficial no Twitter a queda no Credit Default Swap (CDS) do Brasil. O CDS chegou a 128 pontos, patamar que, conforme destacou o presidente, é o menor em cinco anos e indica a “recuperação da confiança de investidores internacionais no Brasil.”
“Junto a avanços como ingresso na OCDE e acordo Mercosul-UE, estamos colocando o Brasil no lugar que merece”, acrescentou Bolsonaro em sua postagem.
Mas, afinal, o que significa essa sigla?
O CDS, criado em 1994 por um conjunto de bancos liderado pelo JP Morgan, é na sua essência um seguro contra inadimplência. Esse crédito é negociado entre duas partes: uma delas pode ser uma instituição financeira que compra proteção para sua carteira de crédito e a outra pode ser, por exemplo, uma seguradora de títulos, que vende essa proteção. Assim, o risco de “default” (calote) é transferido do credor para o vendedor do CDS.
Por estar correlacionado com inadimplência, o CDS é popularmente chamado de “seguro-calote”, já que a pontuação deste crédito (que representa quanto o mercado exige de retorno para comprar este ativo) está relacionado com a capacidade daquela empresa ou país (no caso citado por Bolsonaro, do Brasil) de honrar suas dívidas – quanto mais alta a pontuação, mais arriscado é este título.
Na prática, CDS é percepção de risco. E quando estamos falando de um país, essa cesta engloba, basicamente, as perspectivas econômicas do mercado, comportamento futuro do câmbio e taxa de juro, como a capacidade de honrar as dívidas. Daí a analogia de “seguro-calote” e sua importância para os investidores, em especial aos estrangeiros, fatia importante no nosso mercado.
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Um Risco-País baixo, que é o caso do Brasil neste momento, reduz os temores sobre as variáveis e altera (positivamente) o humor do investidor estrangeiro, que, como sabemos, é uma fatia importante na B3.
Além do avanço na reforma da Previdência, contribuiu para a recente redução do CDS o mercado internacional mais calmo, com a perspectiva de queda do juro nos Estados Unidos e na Europa.
Vale destacar que a queda do CDS do Brasil tem sido uma das mais rápidas entre os emergentes. Em maio, o CDS brasileiro chegou a encostar em 200 pontos, em meio a ruídos entre o Planalto e o Congresso e ao estresse no mercado internacional com a tensão entre China e EUA. Há um ano, as taxas superavam 300 pontos.
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Porém, quando a Previdência começou a avançar no Congresso, em junho, as taxas passaram a cair rapidamente. O Brasil hoje tem CDS perto do México (115 pontos), país classificado como grau de investimento e voltou a patamares de quando ainda era classificado como grau de investimento pelas agências de rating. Contudo, a taxa brasileira ainda está alta em relação a outras economias, como o Chile (36 pontos) e Colômbia (84 pontos). A exceção é a Argentina, que em meio à crise na economia e tensão eleitoral, tem taxa perto de 900 pontos.
Confira o tuíte de Bolsonaro sobre o CDS:
O Credit Default Swap (CDS), índice que mede o risco país, chegou ao menor patamar em 5 anos, indicando recuperação da confiança de investidores internacionais no Brasil. Junto a avanços como ingresso na OCDE e acordo Mercosul-UE, estamos colocando o Brasil no lugar que merece ????
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 23, 2019
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(Com Agência Estado)