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As bolsas da Europa fecharam em queda superior a 1% e com perdas generalizadas nesta sexta-feira, 5. A piora nos índices aconteceu em meio aos dados acima do esperado do mercado de trabalho (payroll) nos Estados Unidos, o que ampliou a possibilidade de manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) por um período mais prolongado, do que o esperado.
Assim, as Bolsas descolaram dos ganhos em Wall Street, após uma semana de desempenhos irregulares para os principais mercados europeus, na sequência do ímpeto positivo visto em março. Em Londres, as ações da Ocado derreteram quase 9%, prolongando a queda da véspera em meio ao anúncio da saída do presidente da companhia.
Bolsas caem
Em Frankfurt, o DAX caiu 1,30%, aos 18.163,94 pontos, com o índice referencial alemão se distanciando do recorde de fechamento de 18.504,51 pontos, marcado no último pregão de março. O FTSE 100, referencial da Bolsa de Londres, caiu 0,81%, para 7.911,16 pontos. O CAC-40, de Paris, teve variação negativa de 1,11%, aos 8.061,31 pontos. As cotações são preliminares.
A possibilidade de manutenção dos juros até junho pelo Fed, inclusive no mês citado, avançava de 35,0% logo antes do dado a 46,6% perto das 12h27. A economia dos Estados Unidos criou 303 mil empregos em março, bem acima do teto das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 150 mil a 245 mil postos de trabalho, com mediana de 200 mil. O salário médio por hora teve alta de 0,35% em relação a fevereiro, um pouco acima da projeção do mercado, de 0,30%.
Dado ainda forte do payroll abala confiança sobre corte de juros pelo Fed em junho
Caso os dados da inflação de março não apontem sinais claros de convergência à meta, projeções de início de cortes de juros podem migrar para julho e até para setembro, admitem alguns especialistas
Payroll: EUA criam 303 mil vagas de emprego em março, bem mais que o esperado
A estimativa dos analistas, de acordo com consenso LSEG, era de criação de 200 mil vagas no mês; taxa de desemprego ficou em 3,8%, um pouco abaixo dos 3,9% de fevereiro
Entre os dados da zona do euro, as vendas no varejo tiveram recuo mensal de 0,5% em fevereiro, um pouco mais acentuado do que se previa. Apenas na Alemanha, a maior economia do continente europeu, as encomendas à indústria mostraram leve avanço de 0,2% no mesmo período, menor do que o esperado.
As ações da Ocado cederam 8,99% e responderam pela maior queda do FTSE-100, ampliando a perda no acumulado do ano para cerca de 49%, após o a rede de supermercado online informar, na quinta-feira, que seu presidente, Rick Haythornthwaite, deixará o cargo devido aos seus compromissos crescentes como presidente do Grupo NatWest.
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Em Milão, o FTSE Mib cedeu 1,29%, aos 34.010,88 pontos, com a Snam SpA, uma empresa italiana de infraestrutura energética, como ativo mais pressionado, com queda de 3,95%, seguida pela Italgas (-3,66%). Entre as quatro ações que resistiram em alta, o melhor desempenho porcentual foi da Ferrari, que subiu 1,27%.
Outras holdings ligadas ao mercado de luxo, a Pernod Ricard recuou 2,20% e a LVMH cedeu 2,20% em Paris.
Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 recuou 1,44%, aos 6.219,01 pontos. O Ibex-35, de Madri, teve baixa de 1,61%, aos 10.911,80 pontos, com forte baixa das ações da Acciona (-4,68%) e Acciona( -4,02%).
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*Com Dow Jones Newswires