Bolsas da Europa desabam mais de 10% e têm pior pregão da história

Países da região foram pegos de surpresa com o anúncio do presidente Donald Trump de restrição dos voos da Europa para os EUA

Rodrigo Tolotti

"Shutterstock"
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SÃO PAULO – Com perdas de mais de 10%, as bolsas da Europa registraram seu pior pregão da história em meio à tensão dos investidores com a escalada do coronavírus.

Para piorar, os países da região foram pegos de surpresa com o anúncio do presidente Donald Trump de restrição dos voos da Europa para os Estados Unidos.

O índice FTSE 100, do Reino Unido, fechou esta quarta-feira (12) com queda de 10,87%, enquanto o CAC 40, da França, recuou 12,28%. A bolsa alemã DAX teve perdas de 12,24%, ao passo que o espanhol IBEX 35 caiu 14,06%.

O pior desempenho na região ficou para a bolsa de Milão, Itália, onde o índice FTSE MIB desabou 16,92%.

“Os mercados reagiram negativamente ao que foi percebido como um discurso solene [de Trump], mas confuso, que colocou a culpa em outras nações, omitiu o foco em ações imediatas para aliviar os indivíduos mais afetados, e carecia de medidas fiscais e de saúde concretas para lidar com o impacto econômico e financeiro de outros países”, disse Gregory Daco, economista-chefe da Oxford Economics, para o site MarketWatch.

A situação da Europa foi ainda pior diante da falta de ação do Banco Central Europeu (BCE), que decidiu não cortar os juros da União Europeia.

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Em sua decisão, o BCE disse ainda que não havia “sinais materiais de tensão nos mercados monetários ou de escassez de liquidez”. A presidente da entidade, Christine Lagarde também disse que não era tarefa do BCE restringir os spreads de títulos italianos, enquanto pedia aos governos da área do euro que aumentassem o estímulo fiscal.

Na tarde de ontem, após o fechamento das bolsas europeias, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto do novo coronavírus como pandemia, gerando caos no mercado americano e aqui no Brasil. O reflexo disso também pesou na Europa hoje.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.