Publicidade
Com performance inferior a de muitas bolsas globais, o Ibovespa tem afastado o investidor estrangeiro nas últimas semanas. Em outubro, até o momento, segundo dados da B3, houve uma saída líquida de R$ 3,126 bilhões, de recursos gringos.
Mas o olhar sobre as ações aqui do país não é tão ruim. Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, que participou nesta segunda (28) do Morning Call da XP, relatou sobre encontro que teve na semana passada com investidores dos Estados Unidos.
Performance ruim
“Interesse pela bolsa brasileira está baixo entre os investidores americanos, o que até é de se esperar”, disse. Segundo ele, a bolsa brasileira vem performando pior do que as bolsas globais nesse ano e também nos últimos anos.
Ferreira relata que o ETF do Brasil, o EWZ, negociado em Nova York, teve queda esse ano de 18% em dólares. “Quando se comparara a bolsa brasileira com ETF de mercados emergentes e também o S&P 500 e o MSCI global (índice que mede o desempenho do mercado de ações global), de fato as bolsas estão em alta esse ano lá fora e a bolsa brasileira tem caído”, afirmou.
O estrategista-chefe da XP ressalta, no entanto, que os investidores no exterior estão olhando para o Brasil com uma visão mais construtiva sobre a bolsa do país do que se vê entre os investidores locais.
Investidores estrangeiros x locais
“Enquanto investidores locais, em geral, estão bastantes pessimistas com o Brasil, principalmente na parte macro, que a gente vê dos investidores lá fora é que eles enxergam valuation atrativo das ações brasileiras, junto com um fundamento bom, ou seja, empresas reportando um crescimento forte de lucros”, destacou.
Continua depois da publicidade
Ele crê que notícias melhores da parte fiscal, no pacote que pode ser anunciado a qualquer momento de revisão dos gastos, deve destravar valor às ações brasileiras.
Já do ponto de vista global, Fernando Ferreira comentou que a queda de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos e os estímulos na China, não estão sendo vistos como suficientes para que volte a ter maior fluxo na bolsa brasileira.
“Agora existe, do ponto de vista global, dúvida com relação à eleição americana”, disse. Para o estrategista, não se sabe exatamente como o pleito americano no início de novembro pode impactar os mercados emergentes.
Continua depois da publicidade
“Diria que a dúvida maior sobre o cenário global é por conta das eleições (nos EUA)”, comentou.