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Bolha nas bolsas americanas? “Essa alta tem futuro”, diz BofA

O S&P 500 vem de ano de forte alta e segue avançando em 2024, deixando alguns investidores receosos de que o índice acelerou além da conta

Bloomberg

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Parte de Wall Street está preocupada de que o mercado de ações possa ter subido demais muito rápido, e que estaria se aproximando de um território de bolha. No entanto, para o Bank of America (BofA), há poucas evidências que sustentem a hipótese.

De acordo com os estrategistas do banco, a recuperação das bolsas dos EUA que começou no ano passado, por mais acentuada que tenha sido, não reflete as condições observadas em ciclos anteriores de expansão e queda. Não há, por exemplo, grandes disparidades entre preços das ações e valuation das empresas, ou o uso significativo de alavancagem.

O índice S&P 500 caiu na segunda-feira (11), ampliando as perdas da semana passada, com os traders em alerta para uma leitura importante da inflação nesta terça-feira (12). O mercado se concentra em saber se a pressão sobre os preços ao consumidor permanecem quentes, o que poderá adiar ainda mais as apostas em cortes nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Esse cenário pode aumentar a preocupação de que as ações dos EUA pareçam esticadas após o valor de referência ter ganho em 16 dos últimos 19 semanas, estabelecendo uma série de recordes.

Ainda assim, analistas do BofA apontam para lucros fortes e uma economia resiliente e vê mais espaço para ganhos. O banco elevou sua meta de final de ano do S&P 500 para 5.400 pontos na semana passada, uma das mais altas de Wall Street, o que implica uma alta de cerca de 5% em relação aos níveis atuais.

“O sentimento melhorou em relação às ações desde meados de 2023, impulsionando nosso nível ligeiramente mais baixo de convicção em um mercado em alta, mas não está nem perto dos níveis de alta dos picos de mercado anteriores”, escreveu a head de ações e estratégia quantitativa da empresa nos EUA, Savita Subramanian. “Em nossa opinião, esse período de alta tem futuro.”

Apesar da preocupação anedótica de que o otimismo dos investidores tenha se tornado excessivo, o sentimento permanece em “território neutro”, como em 1995, quando a bolha das “pontocom” estava se expandindo; e não “extremamente otimista”, como em 1999, quando estava mais perto de estourar, com base no relatório do BofA.

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Os bull markets terminam em euforia generalizada, de acordo com Subramanian, que afirma que o fervor nesta fase está “reservado” a certos temas, como a inteligência artificial e os medicamentos para obesidade.

Um número crescente de estrategistas tem minimizado a preocupação em torno de uma bolha. Mislav Matejka, do JPMorgan Chase, disse em nota divulgada na segunda-feira que os valuations dos sete gigantes da tecnologia que impulsionaram a alta estão abaixo da média de cinco anos em relação ao restante do S&P 500.

Enquanto isso, estrategistas do Goldman Sachs disseram na semana passada que, embora a concentração do mercado seja a mais alta em décadas, os principais nomes são negociados com valores de mercado significativamente mais baixos do que os seus pares no pico da bolha de tecnologia.

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Na opinião de Subramanian, embora os múltiplos preço/lucro reflitam uma desconexão entre preço e valor, o S&P 500, excluindo as chamadas “Sete Magníficas”, é negociado mais perto da sua média de longo prazo.

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