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SÃO PAULO – A volatilidade do mercado não ocorre apenas devido à redução gradual dos estímulos monetários do Federal Reserve, de acordo com o investidor Marc Faber, conhecido como “Dr. Apocalipse” por sua visão bastante pessimista sobre o mercado. Em entrevista à rede norte-americana CNBC, estas oscilações também ocorrem em um cenário de desaceleração da economia mundial. No caso dos emergentes, ele observa, “não há praticamente nenhum crescimento, além de uma desaceleração na China, que é mais significativa que os estrategistas parecem pensar e que as estatísticas chinesas sugerem”.
Com isso, haverá uma pressão sobre o lucro das multinacionais, porque a maior parte do crescimento no mundo ao longo dos últimos cinco anos veio dos emergentes, apontou. Sem crescimento, destaca, é criado um círculo vicioso e levando a uma maior pressão sobre os preços de ativos e sobre as economias.
A reportagem da CNBC destaca a volatilidade dos mercados mundiais e a forte queda das bolsas norte-americanas na véspera pressionadas por dados industriais decepcionantes do país. Enquanto isso, o índice de volatilidade subiu 20% pela primeira vez em quatro meses. Neste cenário, o investidor aconselha a compra de títulos de dez anos do Tesouro dos Estados Unidos ao longo dos últimos meses uma vez que espera que os rendimentos aumentem à medida que os investidores procurem um porto seguro.
Faber ainda alertou para os riscos de uma bolha de crédito global e ressaltou que a desaceleração pode ocorrer na esteira do maior endividamento do consumidor – que antes havia ajudado a aumentar o crescimento. “O crédito total como uma porcentagem da economia global é agora 30% maior do que era no início da crise econômica em 2007. Assim, tivemos uma rápida escalada de endividamento das família, especialmente nas economias emergentes, Canadá e a Austrália. Assim, chegamos a um ponto onde a dívida das famílias tornou-se onerosa para o sistema” , avaliou.