BofA segue com compra em Brasil em carteira para América Latina, mas corta Vale

Para Vale, o banco cita uma perspectiva mais fraca para a China, vendo formuladores de políticas relutantes em intensificar a flexibilização

Lara Rizério

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Os estrategistas do Bank of America (BofA) mantiveram exposição overweight (acima da média do mercado, ou equivalente à compra) em Brasil dentro da carteira de América Latina, mas cortando exposição em Vale (VALE3).

O rali do Ibovespa está “à espera”, pois as taxas de longo prazo aumentaram, avaliam os estrategistas.

O Ibovespa se recuperou no início de agosto, atingindo máximas históricas, pois as taxas nos EUA e no Brasil começaram a cair. Mas, nas últimas 3 semanas, as taxas do Brasil em dez anos subiram 70 pontos-base. “No futuro, achamos que o Brasil pode ser um beneficiário de taxas globais mais baixas”, avalia o banco.

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O BofA ressalta estar overweight em Brasil pois gosta de bancos, nomes relacionados a taxas de juros e construtivos sobre a força do consumo. “Apesar da falta de compradores marginais, os fundamentos no país são relativamente fortes. As avaliações permanecem descontadas e as empresas nacionais continuam a mostrar recuperação de lucros”, aponta o banco.

Por outro lado, cortou a exposição em Vale de marketweight (exposição em linha com o mercado) para underweight (exposição abaixo do mercado) em sua carteira devido à perspectiva mais fraca para a China.

“Os formuladores de políticas estão relutantes em intensificar a flexibilização, notavelmente em meio ao fraco crescimento orgânico. Também vemos uma perspectiva pouco inspiradora para o minério de ferro (que está em queda de 34% no acumulado do ano)”, avalia a equipe de estratégia do banco.

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De acordo com os estrategistas, todos os olhos estão agora voltados para o Federal Reserve.

“Nós acreditamos que se o Fed cortar em um cenário de pouso suave (da economia dos Estados Unidos), isso pode ser positivo para os mercados latino-americanos. Mas fatores locais também importam”, observaram no relatório.

No Brasil, eles avaliam que os mercados já precificaram aumentos da Selic, enquanto monitoram receios sobre política fiscal.

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O banco segue marketweight no México e gosta da grande variedade de opções defensivas no país, com muitas companhias geradoras de fluxo de caixa livre e ganhadoras em dólar. “Monitoramos vários eventos internos no México para este ano. Para o 2S24, esperamos que a volatilidade permaneça alta, pois o país está entrando em um calendário político movimentado”, ressalta.

Na Argentina, mantém overweight (não em MSCI LatAm), pois os estrategistas estão mais construtivos em termos macro. Entre outros países, o banco é underweight no Chile e não tem exposição no Peru e na Colômbia.

Confira as ações brasileiras que estão no portfólio do BofA:

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Carteira de setembro de 2024 do BofA

(com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.