BofA eleva Cogna (COGN3) para neutra, mas Anima (ANIM3) é a sua preferida no setor

Mesmo com recomendação elevada, a Cogna teve preço cortado e estimativas reduzidas por falta de potencial de alta

Camille Bocanegra

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O Bank of America (BofA) revisou sua cobertura de companhias do setor educacional. Dentre as mudanças, está a elevação de Cogna (COGN3) para neutra da recomendação anterior de underperform (desempenho abaixo da média, similar a venda). A razão da mudança é a percepção de que o risco para o preço atual tornou-se limitado, em especial considerando melhora no desempenho operacional.
Para além disso, a Ânima (ANIM3) segue como escolha preferida no setor. O banco estrangeiro destaca o momento positivo de lucros e avaliação vista como descontada. O preço sobre lucro (P/L) é estimado em 5,2 vezes para 2025, com desconto de 13% em relação ao pares do setor educacional.

A “top pick” vive momento de expansão de margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). Além disso, a companhia apresenta processo de desalavancagem bem sucedido e é menos vulnerável a riscos regulatórios. Para alguns nomes com maior exposição a cursos de ensino a distância (EaD), a questão regulatória pode apresentar maior impacto. De acordo com a análise, não é o caso da Ânima.

Taxas mais altas são desafio para setor

A revisão de estimativas também considera as taxas de juros mais altas para 2024 e 2025. A expectativa do banco é que o setor traga sólido crescimento de lucros em 2024, mesmo com fatores como pressão nas matrículas do ensino superior e juros mais elevados.

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Apesar disso, o BofA considera que há três fatores que podem funcionar como vantagens competitivas. A primeira seria uma base de alunos resiliente, seguida da capacidade de cobrar mensalidades mais altas e também maior exposição a cursos relacionados à saúde.

Na prática, isso significa que as companhias que detenham essas vantagens podem sair na frente. O setor como um todo hoje se apresenta com avaliações em níveis historicamente baixos, em especial pelo desempenho da média no acumulado do ano. Assim, o BofA entende que o potencial de queda fica limitado.

No caso da Cogna especificamente, as tendências de melhoria operacional se somam ao menor espaço para queda (após desvalorização de cerca de 60% no acumulado do ano). O potencial de alta, no entanto, também aparece como limitado, uma vez que mesmo com novas iniciativas como Anglo-Start e a Vasta B2G, a receita da Cogna ainda parece não absorver incremento significativo.

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Mesmo com recomendação majorada, o banco estrangeiro reduziu a estimativa de lucro por ação para 2025 em 16%, pelas tendências de crescimento mais fracas. O preço-alvo também foi reduzido para R$ 1,7 (dos R$ 2,5 anteriores) a partir da atualização da avaliação.