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SÃO PAULO – “Você não está nem certo nem errado só porque outras pessoas concordam com você”. A frase é de um dos maiores investidores do mundo, segundo Mark Tier no livro Investimentos: os Segredos de George Soros e Warren Buffett.
Mais do que isso, de acordo com Tier, Buffett afirmou que “você está certo porque os fatos estão certos e o seu raciocínio está correto. É a única coisa que faz com que você esteja correto”. Tudo isso é para mostrar que mestres em investimentos como George Soros e Warren Buffett seguem rigorosamente a estratégia de “ficar de boca fechada”.
Isso mesmo, Buffett se recusa a revelar quais são as ações que procura. De fato, hoje em dia é compreensível que um investidor cujos passos são objeto de desejo de milhares de pessoas prefira não antecipar seus passos. Mas, na verdade, esta postura Buffett carrega desde a época em que tinha apenas US$ 100 mil e ninguém o conhecia.
Por que falar com alguém?
Para mestres como estes, a pergunta, na verdade, é outra: por que falar com alguém? Para Buffet, se ele sabe o que está fazendo, não precisa validar suas idéias buscando a confirmação de outros. Além disso, há motivos mais “profundos” para que estes mestres mantenham suas estratégias em sigilo.
Buffett não revela suas cartas porque vê suas idéias de investimento como raras, valiosas e sujeitas à apropriação indébita, isto é, ele não vai simplesmente sair distribuindo suas idéias, assim como Bill Gates não disponibilizaria por livre e espontânea vontade o código-fonte do Windows, diz Tier.
Ou seja, existe mais do que autoconfiança sustentando o comportamento de Buffet. Para ele, suas idéias são suas criações, suas propriedades, enfim, algo sagrado. Da mesma forma, George Soros também guarda suas idéias para si, tanto que seus funcionários são proibidos de falar com a imprensa.
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Em suas próprias palavras, “se você está lidando com um mercado, é melhor ficar anônimo”. Por conta disso, ele faz o possível e o impossível para apagar seus rastros, afirma Tier, segundo o qual, “Soros faz todo esse esforço pela mesma razão que Buffett: se os outros descobrirem o que ele está fazendo, vão se apinhar no mercado e o preço vai embora”.
No máximo, uma vaga idéia
Todavia, Soros não é tão reservado quanto Buffett. Mesmo porque, desde que ganhou a fama de ser o “homem que quebrou o Banco da Inglaterra” não tem se mantido tão discreto e, inevitavelmente, é questionado sobre suas perspectivas de investimento.
Mas, de acordo com Tier, na maioria das vezes o que ele faz não é mais do que dar uma vaga idéia do que tem em mente, sempre com o objetivo de testar suas idéias, mas no sentido de refiná-las.
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Na contramão desta postura, a maioria dos investidores fica continuamente pedindo conselhos para obter confirmações sobre seus investimentos: “eu fiz a coisa certa?” é pergunta básica que Soros e Buffett nunca fazem para ninguém.
“O mestre em investimentos pensa de maneira independente. Ele simplesmente não precisa que ninguém verifique a qualidade de suas idéias quanto aos investimentos e é por isso que ele as guarda para si”, concluiu Tier.