Boa Safra (SOJA3) fecha 4º trimestre com lucro de R$ 145,9 milhões, alta de 62,7%

Atraso no início do plantio da soja eleva vendas no último trimestre do ano e impulsiona resultados

Alexandre Inacio

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A Boa Safra Sementes (SOJA3) viu seu lucro líquido crescer 62,7% no quarto trimestre de 2023 e encerrar o período em R$ 145,9 milhões. O atraso no plantio da safra de soja provocado pelas temperaturas elevadas e as chuvas irregulares durante o início do plantio acabaram transferindo a compra de sementes do terceiro para o quarto trimestre.

A receita líquida trimestral da companhia cresceu 21,8%, para R$ 841,1 milhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) aumentou 9,6% no quarto trimestre, para R$ 123,4 milhões.

“Compras que tradicionalmente ocorriam no terceiro trimestre aconteceram apenas no quarto. Isso fez com que nossa carteira encerrasse o ano com R$ 30 milhões em pedidos, algo que nunca tinha acontecido”, disse Felipe Marques, CFO da Boa Safra.

Do ponto de vista anual, os resultados foram os melhores registrados pela companhia em todos os indicadores. O lucro líquido da Boa Safra em 2023 cresceu 45% sobre o ano anterior e alcançou 245,6 milhões, com margem líquida de 11,8%.

Mesmo em meio à queda generalizada dos preços dos insumos no ano passado, as vendas da Boa Safra cresceram. A receita líquida avançou 17,3% e fechou 2023 em R$ 2,07 bilhões. Do ponto de vista operacional, o Ebitda aumentou 33,2%, para R$ 258,7 milhões. Já a margem Ebitda avançou 1,48 ponto percentual para 12,45%.

Com os resultados anuais fechados, a Boa Safra ampliou sua participação no mercado de sementes de soja no Brasil e manteve a liderança da categoria. O share da companhia em 2023 foi de 8,5%, 1,1 ponto percentual superior aos 7,4% registrados no ano anterior.

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A razão para o crescimento se explica pelo aumento das vendas de sementes. No ano passado, a companhia ampliou o volume comercializado em 21% e alcançou a marca de 164 mil bags. Desse total, 97% detinham algum grau de biotecnologia e 32% levavam tratamento de semente industrial (TSI).

“Nosso volume de vendas cresceu, mas conseguimos ter um crescimento ainda maior de sementes tratadas, que possuem maior valor agregado. Isso fez com que nosso preço médio de venda crescesse 7,2%, para R$ 8,9 mil por bag”, disse Marques.

Mesmo com a safra 2023/24 no Brasil se mostrando menos rentável em decorrência da quebra da produção em Mato Grosso, a Boa Safra mantém seus planos de crescimento. A companhia já contratou 225 mil hectares de terra para a produção de sementes, expandindo em 36% sua área de produção.

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“O cenário da atual safra não altera a tendência que enxergamos para o mercado nem nosso ritmo de crescimento. Já temos R$ 140 milhões aprovados pelo Conselho de Administração para seguir investindo em nossa expansão”, disse Marques.

A grande aposta da Boa Safra em 2024 será a entrada na região Sul, onde a companhia ainda não atua.