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O BNP Paribas revisou as suas projeções para a inflação brasileira, passando de uma projeção de avanço de 8,5% para 10% em 2022, destacando quatro frentes principais para as revisões para alta.
São elas: i) petróleo; ii) alimentação em casa; iii) restrições globais nas cadeias de suprimentos e iv) aquecimento do setor de serviços, com liberação do FGTS.
Sobre o primeiro ponto, os economistas Laiz Carvalho e Gustavo Arruda revisaram a previsão de reajuste dos preços de combustíveis em 2022, agora esperando um aumento adicional de 15% nos próximos meses, conforme avança a diferença entre os preços internacionais e locais. Em relação à alimentação, atualizaram a previsão de inflação no segmento de alta de 13,8% para 17,1% no ano. “À medida que o conflito entre Ucrânia e Rússia continua, o mundo sofre com menor produção global de trigo e altos preços de fertilizantes”, avaliam.
Os economistas também não esperam uma normalização completa do setor de semicondutores antes do final do ano. Sobre o último ponto, Laiz e Arruda ressaltam que, com a liberação de cerca de R$ 30 bilhões (ou 0,4% do PIB) do FGTS e números ainda robustos do mercado de trabalho, o setor de serviços provavelmente pressionará os preços.
A inflação de 2023 também deve superar a meta do Banco Central, com os economistas esperando que parte da alta de preços em 2022 impacte a inflação de 2023, revisando assim a previsão para o próximo ano de alta de 4,5% para 5%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,25% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 1,75% a 4,75%.
Já para 2022, a meta de inflação seria de 3,5% e seria considerada formalmente cumprida se oscilasse entre 2% e 5%.
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Nesse cenário, os especialistas destacam que esperam a comunicação do BC (após a reunião do Copom na próxima quarta) para determinar as novas projeções de juros para 2022 e 2023. “Por enquanto, continuamos esperando 14,25% e 10,50% para 2022 e 2023, respectivamente”, reforçam.
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