BM&FBovespa dispara até 7% após voto de relatora do Cade sobre fusão; Vale sobe 2% e Petrobras salta 3%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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Cetip (CTIP3, R$ 48,77, +2,22%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 19,15, +4,25%)

As ações da BM&FBovespa dispararam até 7,08% na máxima do dia, a R$ 19,67, após voto da relatora por aprovação da fusão com Cetip com restrições. As ações da Cetip saltaram 2,60%, a R$ 48,95, no melhor momento do pregão. 

“O problema não é a concorrência atual, afinal, a Cetip já era líder no mercado de renda fixa, e não há sobreposição no mercado de bolsa, (…) mas existem barreiras significativas à entrada. Este ato de concentração, elimina com a concorrência potencial em ambos os mercados, renda fixa e variável, no país, aumenta as barreiras”, disse a relatora Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt, durante julgamento do caso no Cade nesta quarta-feira.

A deliberação sobre o ato entre Bolsa e Cetip ocorrerá 270 dias depois de sua notificação ao Cade; segundo a Coluna do Broadcast, a expectativa é de aprovação, que deve vir com alguns remédios, como a abertura de serviços para terceiros, de forma que a operação não crie novas barreiras à chegada de concorrentes no Brasil. 

Vale (VALE3, R$ 29,68, +2,20%; VALE5, R$ 28,12, +1,74%) 
As ações da Vale se descolam da derrocada do minério de ferro e sobem nesta sessão. Na mínima do dia, esses papéis caíram até 3%. Hoje, o minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao caiu 2,97%, indo a US$ 84,99 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -6,33%, a 577 iuanes. 

As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 20,60, -1,39%) – holding que detém participação na Vale -, e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 11,32, -3,58%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,09, -2,49%), CSN (CSNA3, R$ 9,56, -4,01%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,07, -1,69%). seguem no negativo.   

No radar, segundo o Valor, o advogado Marcelo Gasparino, com atuação em diversos conselhos de administração de empresas de capital aberto no país, poderá tornar-se o primeiro representante dos acionistas minoritários eleito, em separado dos controladores, no conselho de administração da Vale. 

Petrobras (PETR3, R$ 14,02, +2,34%; PETR4, R$ 13,27, +2,08%)
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras amenizam ganhos após subirem até 3,08% e 4,09% nas máximas do dia, com a intensificação da queda dos preços do petróleo no mercado internacional, após os estoques da commodity virem bem acima do esperado na última semana, segundo dados divulgados nesta manhã pela EIA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) nos Estados Unidos. Neste momento, os contratos do petróleo Brent caíam 1,35%, a US$ 50,27 o barril, enquanto o WTI recuava 1,16%, a US$ 47,68 o barril.   

Mais cedo, as ações da estatal subiam forte na esteira da divulgação do balanço, que trouxe um lucro líquido de R$ 2,510 bilhões no 4° trimestre. Analistas do mercado ressaltaram como positivo a geração de caixa da estatal e a redução da alavancagem no período. Após o resultado, o Credit Suisse elevou a recomendação da ação para outperform (desempenho acima da média). 

Ontem à noite, a Petrobras divulgou lucro líquido de R$ 2,510 bilhões no último trimestre de 2016, resultado abaixo das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucro de R$ 2,804 bilhões, e revertendo o prejuízo de R$ 36,9 bilhões de um ano antes. No acumulado do ano, por sua vez, a estatal registrou prejuízo de R$ 14,82 bilhões, uma melhora de 57% ante o prejuízo de R$ 34,84 bilhões do ano anterior.

Segundo o analista Roberto Indech, da Rico Corretora, o resultado da estatal foi positivo, especialmente olhando para a geração de caixa operacional, que veio um pouco acima do esperado, e alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda, que reduziu na comparação com o 3° trimestre de 2016 e 4° trimestre de 2015. “O resultado foi satisfatório”, comentou.

De acordo com o Santander, a desalavancagem da companhia continua a ser um destaque chave, com a dívida líquida/Ebitda ajustado caindo para 3,6 vezes no final de 2016 ante 5,3 vezes no quarto trimestre de  2015”, segundo relatório assinado por Christian Audi e Gustavo Allevato. A expectativa do Santander era de queda para 3,9 vezes. Os analistas citam sólidos resultados operacionais em upstream e downstream e queda no capex. 

Já o BTG Pactual aponta que a área de exploração e produção foi destaque com
preço maior; despesa menor com dívida ruim foi outro destaque. Confira mais análises clicando aqui. 

Cemig (CMIG4, R$ 9,47, -5,68%)
As ações da Cemig caíram até 10,26% na mínima desta sessão, em continuidade à forte queda dos últimos dois pregões. Nessas três sessões, a desvalorização acumulada é de 16%. 

 No radar, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta manhã liminar que ele mesmo havia concedido no final de 2015, permitindo na época que a elétrica mineira continuasse como operadora da hidrelétrica de Jaguara nas condições oficiais do contrato de concessão da usina, encerrado em 2013.

A mesma situação da hidrelétrica de Jaguara acontece em outras usinas da Cemig, como Miranda e Volta Grande, nas quais a empresa também tem travado disputas judiciais com a União para tentar manter as concessões.

Na segunda-feira, uma matéria do Valor Econômico apontava que a União não queria negociar com a estatal uma nova proposta da empresa para tentar resolver a disputa em torno do controle das três hidrelétricas no Estado. 

Frigoríficos

As ações dos frigoríficos JBS, BRF, Minerva e Marfrig voltam a cair nesta sessão. No radar, o mercado fica de olho na continuidade dos desdobramentos da Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira e que impacta fortemente o setor de frigoríficos. O México informou a suspensão de importação de carne brasileira, a Arábia Saudita intensificou a checagem e o Qatar solicitou amostras e análises de toda a carne brasileira. Já o Egito suspendeu temporariamente aval a novas importações, enquanto Omã não decidiu sobre importação de carne do Brasil.

Movida (MOVI3, R$ 8,77, -0,34%)
Após três casas de análise (BTG, Morgan Stanley e Santander) iniciarem recomendação para as ações da Movida no início dessa semana, foi a vez do Bradesco BBI iniciar a cobertura com recomendação outperform para o papel, com preço-alvo de R$ 13,00 para os ativos, destacando que as ações estão negociadas a um valuation atrativo. A ação da Movida estreou na Bolsa em 8 de fevereiro deste ano.

  • Kroton (KROT3, R$ 12,97, -1,67%)
    O lucro líquido da Kroton Educacional cresceu 19,3% no quarto trimestre de 2016 na comparação com igual período do ano anterior, atingindo R$ 487,5 milhões. O número representa uma visão pro forma. No acumulado do ano, o lucro é de R$ 2,008 bilhões, aumento de 12,5% na comparação com 2015. No ano de 2016, a receita chega a R$ 5,244 bilhões, recuo de 0,4% na comparação anual.

Tegma (TGMA3, R$ 11,88, +2,33%)
A Tegma registrou lucro líquido de R$ 13 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo prejuízo de R$ 4 milhões no ano anterior. Já a receita totalizou R$ 255 milhões, queda de 11%, em meio à redução de veículos transportados e da distância média, além da interrupção de operações.