Blue Origin faz 1º voo suborbital com 6 tripulantes após falha de motor em 2022

Carregando seis tripulantes, a nave New Shepard foi lançada do oeste do Texas neste domingo, interrompendo um hiato que vinha desde setembro de 2022, quando uma falha no motor paralisou o projeto

Estadão Conteúdo

(Foto: Blue Origin/Divulgação)
(Foto: Blue Origin/Divulgação)

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Depois de quase dois anos, a Blue Origin, empresa de foguetes do bilionário Jeff Bezos, realizou o primeiro voo tripulado desde que a empresa sofreu uma falha de motor em setembro de 2022. Carregando seis tripulantes, a nave New Shepard foi lançada do oeste do Texas e realizou uma viagem ao espaço em uma viagem de aproximadamente 10 minutos.

O voo suborbital da missão batizada de NS-25 tinha como objetivo passar da Linha de Kárman a 100 km de altitude. Em um lançamento bem-sucedido, a cápsula da tripulação, após se separar do foguete, subiu para além da atmosfera da Terra, alcançando 105,7 km.

Este foi o sétimo voo tripulado da empresa fundada por Bezos, totalizando 37 pessoas que já viajaram a bordo do New Shepard, incluindo o próprio bilionário, que participou do primeiro voo tripulado do programa em 2021. Antes do lançamento deste domingo, o último voo com tripulantes da Blue Origin foi em junho de 2022, que contou com um brasileiro na tripulação.

A bordo do voo estavam Mason Angel, Sylvain Chiron, Kenneth L. Hess, Carol Schaller, Gopi Thotakura e o ex-capitão da Força Aérea Ed Dwight, que foi selecionado pelo então presidente dos Estados Unidos John Kennedy em 1961 como o primeiro candidato negro a ingressar em um programa de treinamento de elite da Força Aérea americana, mas que nunca recebeu a oportunidade de ir ao espaço.

Dwight, aos 90 anos, 8 meses e 10 dias, se tornou a pessoa mais velha a viajar ao espaço, superando por pouco o ator de Star Trek, William Shatner, que era quase dois meses mais novo quando decolou com a Blue Origin em 2021.

Com exceção do ex-capitão da Força Aérea, cujo assento foi patrocinado pela organização sem fins lucrativos Space for Humanity, todos os passageiros pagaram pela viagem. A empresa não divulgou o custo da “passagem” espacial.

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Fim de um hiato

Em setembro de 2022, o voo seguinte ao voo tripulado da Blue Origin em agosto do mesmo ano, era uma missão para transportar 36 cargas úteis de escolas, universidades e organizações como o Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica. O foguete, porém, foi perdido devido a uma falha no motor.

O voo terminou com o sistema de escape de emergência da cápsula disparando e afastando-a do propulsor do foguete, que caiu no deserto do oeste do Texas. Uma investigação federal revelou que a causa foi o superaquecimento do bico do motor.

Desde então, a Blue Origin passou por um hiato em suas operações e, em paralelo, por algumas mudanças internas significativas. No final do ano passado, o CEO Bob Smith deixou o cargo e foi substituído por Dave Limp, um ex-alto executivo da Amazon.

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A Blue Origin também ganhou um cobiçado contrato de US$ 3,4 bilhões da Nasa para desenvolver um módulo lunar capaz de levar astronautas à Lua.

Investigando a falha de 2022, a Administração Federal de Aviação dos EUA, exigiu que a empresa tomasse 21 ações corretivas, incluindo um redesenho do motor e “mudanças organizacionais”. A empresa tomou medidas corretivas e realizou um lançamento sem rosca com sucesso em dezembro de 2023, abrindo caminho para a missão deste domingo.

Bezos mira a concorrente Space X

Após o acidente de 2022 e a investigação subsequente envolvendo a Administração Federal de Aviação, a Blue Origin agora espera que seu retorno aos voos espaciais tripulados a coloque de volta no caminho da abertura do espaço para as massas, marcando mais um pequeno passo em direção ao seu objetivo de permitir que “um milhão de pessoas vivam e trabalhando no espaço.”

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Tendo o concorrente Elon Musk, com sua empresa Space X, na disputa para chegar à Lua, Bezos tem investido no lançamento de foguetes e vê as curtas excursões em New Shepard como um trampolim para ambições maiores, incluindo o desenvolvimento de um foguete pesado completo e de um módulo lunar.

Em março deste ano, por sua vez, a Space X fez o terceiro voo de teste do Starship, que está programado para levar os astronautas da Nasa à superfície da Lua em setembro de 2026.

A empresa de Bezos, porém, pretende enviar um módulo de pouso menor do que o de Musk – que tem 120 metros de altura e ainda enfrenta muitos desafios. Em março, um porta-voz da Blue Origin declarou que a expectativa é que o módulo pouse na Lua entre 12 e 16 meses, a partir daquele momento./Com informações de AFP e Washington Post.