Blockchain pode ajudar reguladores a detectar hacks financeiros, diz estudo

As autoridades podem eliminar intermediários examinando os registros públicos, mas há um custo para isso

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Os reguladores podem combater melhor o cibercrime olhando diretamente para a blockchain. No entanto, eles precisam aprender a usar a tecnologia por trás das criptomoedas. É isso que diz um estudo sobre o tema escrito por pesquisadores da Universidade de Innsbruck, na Áustria, para o supervisor financeiro alemão, o BaFin. A pesquisa foi divulgada na terça-feira (26)

Legisladores e supervisores financeiros de todo o mundo estão tentando inserir as tecnologias dos criptoativos na rede regulatória, mas alguns estão preocupados em assumir funções diferentes e lidar com novas ferramentas. Os defensores da Web 3.0 argumentam que sistemas de registro distribuído podem realmente colaborar com as políticas públicas, como a cobrança de impostos ou o combate ao crime financeiro.

“No campo da custódia de criptomoedas, é bem possível coletar e processar automaticamente dados do ledger (uma espécie de livro razão onde se localizam todas as informações das transações), como dados de blockchain”, disse o relatório. E a natureza altamente estereotipada das informações facilita o processamento.

“Mesmo os dados que não são coletados das entidades supervisionadas, mas sim de fontes públicas, podem agregar valor à supervisão de Tecnologia da Informação”, acrescentaram os pesquisadores, o que significa que os reguladores podem detectar ataques cibernéticos diretamente, em vez de esperar por relatórios de rotina.

Mas os recursos necessários para manter e interpretar o fluxo de informações são altos, segundo o documento, exigindo uma pequena equipe de funcionários trabalhando 24 horas por dia. Lidar com esse tipo de carga de trabalho pode exigir que o BaFin trabalhe com outros reguladores alemães, como o BSI, responsável pela segurança cibernética, ou o Ministério das Finanças, de acordo com o relatório.

O BaFin é responsável há muito tempo por supervisionar instituições financeiras convencionais, como bancos, e mais recentemente assumiu também a tarefa de lidar com custodiantes cripto, como provedores de carteiras de criptomoedas.

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O regulador disse em um comunicado publicado na terça que já havia implementado as descobertas iniciais do projeto, que examina mais amplamente como a tecnologia digital está mudando as finanças.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira (27), o presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA), José Manuel Campa, disse estar preocupado por não ter a experiência necessária para assumir as novas funções estabelecidas pela Markets in Crypto Assets Regulation (MiCA), a legislação da União Europeia sobre ativos digitais.

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