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(Bloomberg) — A BlackRock continua a aumentar a sua posição overweight para as ações brasileiras, diante da perspectiva de que o próximo governo será capaz de implementar uma agenda pró-mercado e acelerar a recuperação da maior economia da América Latina.
“O Brasil parece atrativo”, disse Will Landers, diretor da BlackRock, em entrevista em São Paulo. “A recuperação tem sido lenta e gradual, mas pode começar a acelerar conforme o mercado veja o novo governo executando o seu plano econômico.”
Landers, que nasceu no Brasil, mas mora há décadas nos EUA, é um dos poucos nomes de casas estrangeiras que estão otimistas com o país sul-americano.
Investidores estrangeiros já retiraram cerca de R$ 9 bilhões de ações brasileiras neste ano, no ritmo para o pior ano desde pelo menos 2010, enquanto se espera mais clareza sobre se o presidente eleito, Jair Bolsonaro, poderá entregar as suas promessas de ajustar as contas públicas do Brasil.
O entusiasmo dos investidores locais puxou o Ibovespa para novo recorde histórico, acumulando alta de 14% neste trimestre.
A nova administração tem atraído nomes “muito bons” e a ideia do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir o tamanho do governo por meio de privatizações, concessões e vendas de ativos é “música para os ouvidos do mercado”, disse Landers.
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Ao mesmo tempo em que Landers está confiante de que o governo conseguirá aprovar uma reforma no sistema previdenciário — um item que tem estado no topo da lista de desejos dos investidores — ele afirmou que é improvável que isso ocorra antes do mês de maio.
Se o governo postergar a reforma para 2020, os mercados reagirão negativamente, disse ele, acrescentando que o principal risco para os ativos domésticos seria um problema sério na execução dessa agenda.
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Por enquanto, o cenário de juro baixo, inflação controlada e momentum positivo do crescimento dos lucros das empresas deve sustentar o mercado acionário brasileiro, enquanto as reformas não se materializam.
A BlackRock tem gostado de ações de consumo discricionário e elevou a sua exposição a empresas estatais. A firma continua a favorecer alguns nomes ligados a commodities, tendo aumentado recentemente sua participação na Petrobras para 5% das ações PN.
Em dólares, o Ibovespa mais do que dobrou desde o primeiro trimestre de 2016, quando Landers começou a aumentar a sua posição nas ações brasileiras, em meio ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff.