Bitcoin se recupera após maior queda desde as eleições americanas

O ativo digital caiu quase 3% no sábado e no domingo, mas subiu novamente para US$ 92.000 na manhã desta segunda-feira

Bloomberg

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O Bitcoin (BTC) se recuperou após sua maior retração de dois dias desde a eleição presidencial nos EUA, em meio a um mercado volátil que reflete avaliações divergentes sobre o impacto da agenda política do presidente eleito Donald Trump.

O ativo digital caiu quase 3% no sábado e no domingo, mas subiu novamente para US$ 92.000 na manhã desta segunda-feira (18). Apesar das promessas pró-cripto de Trump, permanecem dúvidas sobre o cronograma de implementação e a viabilidade de algumas propostas, como a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin nos EUA.

“O Bitcoin ficou ‘superaquecido’ após uma alta recorde desde o dia das eleições, em 5 de novembro, e muitas boas notícias já foram precificadas,” escreveu Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty, em uma nota.

Riscos de inflação

Embora a postura pró-negócios de Trump tenha animado investidores de ações e criptoativos nos EUA, parte desse otimismo está sendo contido por riscos de inflação, decorrentes da possibilidade de tarifas comerciais e aumento dos déficits para financiar cortes de impostos.

Os investidores estão reduzindo as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, em uma economia americana sólida — um possível obstáculo para o mercado cripto, já que condições de liquidez podem influenciar a demanda especulativa por tokens digitais.

Trump prometeu criar um ambiente regulatório favorável para ativos digitais, estabelecer uma reserva estratégica de Bitcoin e transformar os EUA em um centro global para a indústria. Antes cético em relação às criptomoedas, o presidente eleito mudou de posição após as empresas do setor gastarem significativamente durante a campanha eleitoral para promover seus interesses.

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Mudança regulatória

Uma legislação específica para o setor cripto pode ser aprovada em breve sob o governo Trump, potencialmente alterando a abordagem regulatória de medidas punitivas para uma postura mais colaborativa, escreveram estrategistas do JPMorgan Chase & Co., liderados por Nikolaos Panigirtzoglou, em uma nota.

Os bancos podem ganhar maior liberdade para interagir com ativos digitais, segundo o relatório, e o mercado está mais otimista quanto à aprovação de ETFs cripto que investem em tokens além de Bitcoin e Ether.

A clareza regulatória seria um impulso para investimentos de capital de risco, fusões e aquisições e ofertas públicas iniciais (IPOs), segundo os estrategistas. No entanto, eles consideram a criação de uma reserva de Bitcoin nos EUA um “evento de baixa probabilidade.”

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Movimentação dos ETFs

Os ETFs de Bitcoin à vista nos EUA atraíram um fluxo líquido de US$ 4,7 bilhões entre 6 e 13 de novembro, data em que a criptomoeda original atingiu o recorde de US$ 93.462, segundo dados compilados pela Bloomberg. No entanto, cerca de US$ 771 milhões saíram desses produtos na quinta e sexta-feira, deixando o grupo com um total de US$ 95 bilhões em ativos sob gestão.

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